MEIO AMBIENTE
Mata Atlântica: operação contra desmatamento amplia área embargada e soma multas de R$ 3,5 milhões
Dados sobre a ação em Pernambuco foram divulgados nesta sexta (27). Ações de fiscalização ocorreram simultaneamente em 17 Estados
Por: Aimé Kyrillos
Publicado em: 27/09/2024 11:48
Essa foi a maior operação de combate ao desmatamento do bioma Mata Atlântica em todo o país (Foto: Arquivo/DP) |
A Operação Mata Atlântica em Pé 2024 apresentou resultados expressivos no combate ao desmatamento do bioma brasileiro com a menor cobertura verde original.
Em Pernambuco, a área embargada atingiu 671,5 hectares, número 38% superior ao de em 2023.
As multas aplicadas pelos órgãos de fiscalização ambiental chegaram a R$ 3,5 milhões, quase o triplo dos R$ 1,2 milhão do ano anterior.
As atividades de campo aconteceram entre os dias 16 e 20 de setembro, com a participação de 10 representantes da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), 6 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 40 da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), 12 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 2 Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), totalizando 70 pessoas.
Veja os principais resultados dessa atuação:
- 884,5 hectares vistoriados e 671,5 hectares embargados (38% de aumento comparando com 2023);
- 64 alvos em 22 municípios;
- R$ 3.545.000,00 em multas impostas aos infratores ambientais (três vezes mais que 2023);
- 14 animais silvestres apreendidos;
- 70 integrantes em atividades de campo.
Essa foi a maior operação de combate ao desmatamento do bioma Mata Atlântica em todo o país.
As ações de fiscalização ocorreram simultaneamente em 17 estados da Federação que possuem cobertura desse ecossistema e, neste ano, o trabalho foi coordenado nacionalmente pelo MPMG e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa).
Os estados que participaram da Operação foram:
- Alagoas;
- Bahia;
- Ceará;
- Espírito Santo;
- Goiás;
- Mato Grosso do Sul;
- Minas Gerais;
- Paraná;
- Paraíba;
- Pernambuco;
- Piauí;
- Rio de Janeiro;
- Rio Grande do Norte;
- Rio Grande do Sul;
- Santa Catarina;
- São Paulo;
- Sergipe.
Em Pernambuco, os municípios que tiveram áreas fiscalizadas foram:
- Goiana;
- Itamaracá;
- Vicência;
- Igarassu;
- Glória do Goitá;
- Escada;
- São João;
- Saloá;
- Angelim;
- São Benedito do Sul;
- Lagoa dos Gatos;
- Condado;
- Itaquitinga;
- Timbaúba;
- Garanhuns;
- Bom Conselho;
- Lagoa do Ouro;
- Barreiros;
- Recife;
- Camaragibe;
- Paulista;
- Abreu e Lima.
Representantes das instituições participantes da Operação falaram sobre o programa e da importância de manter esses biomas preservados.
A coordenadora do Centro de Apoio ao Meio Ambiente do Ministério Público de Pernambuco (CAO-Meio Ambiente-MPPE), Belize Câmara, destacou o aumento das áreas fiscalizadas e embargadas no Estado.
"Foram 64 áreas efetivamente fiscalizadas, com 671 hectares de áreas embargadas contra 485 do ano passado, um aumento aproximado de 38%", disse.
O delegado da Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), Ademar Cândido também destacou a participação do órgão na operação.
"A Depoma vem dando suporte muito importante aos órgãos do meio ambiente. Nós trabalhamos em conjunto, porque esse material chega na Delegacia e instauramos o inquérito policial para ouvir as pessoas, fazer perícias e enviar o inquérito ao Ministério Público. O resultado esperado é identificar os infratores", disse o Delegado.
O Major Wagner Feitosa, da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), enfatizou a quantidade de agentes que participaram dos 5 dias da Operação.
"Tivemos um total de 40 policiais nos cinco dias da Operação. Participamos a convite do MPPE e selecionamos o efetivo”, detalhou Feitosa.
A Polícia Rodoviária Federal de pernambuco (PRF-PE) foi representada por Bruna Lima, que destacou a importância da parceria da instituição no trabalho de fiscalização,
"Intensificar a fiscalização e combate aos crimes ambientais está no nosso planejamento estratégico para este ano. Então casou perfeitamente o objetivo com os demais órgãos que participaram, foi muito válido”, disse ela.
A gerente de fiscalização de recursos naturais da CPRH, Elba Borges, também participou do trabalho e revelou como a Agência participou do programa.
"Depois da parte do planejamento, nós encaminhamos sempre duas instituições para o alvo em questão, onde identificamos se houve dano ambiental, se a vegetação é nativa da Mata Atlântica ou de outro bioma”, explicou Elba.
O chefe de Fiscalização do Ibama, Amaro Fernandes, disse como é possível identificar uma área desmatada em um país continental como o nosso.
"Por meio de imagens de satélites, que registram a todo momento dados geoespaciais, com fotografias das áreas. Existe uma plataforma chamada MapBiomas que cria esses alertas em todos os biomas brasileiros. No caso da Mata Atlântica, selecionamos os alertas mais recentes", informou Amaro.