GUERRA

Novos ataques israelenses no Líbano matam 51 pessoas e ferem mais de 200

Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram que realiza ofensivas de grande escala no sul do Líbano

Publicado em: 25/09/2024 14:29 | Atualizado em: 25/09/2024 15:15

Ondas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na área de Burj al-Shamali, no sul do Líbano
 (Créditos: AFP)
Ondas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na área de Burj al-Shamali, no sul do Líbano (Créditos: AFP)

O ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, informou que pelo menos 51 pessoas morreram e mais de 220 ficaram feridas apos os intensos ataques israelitas nesta quarta-feira (25) que atingiram diversas localidades do país. O balanço anterior das autoridades libanesas tinha contabilizado 15 mortos.

Abiad disse que o governo libanês está recorrendo a planos de emergência para conseguir atender a demanda do elevado número de vítimas, que teve inicio desde a onda de explosões dos pagers, walkie-talkies e bombardeios consecutivos e diários, que já causaram mais de 600 mortos e cerca de três mil feridos.

O Ministério da Saúde avançou que prepara uma lista diária dos centros de saúde designados para atender as pessoas deslocadas com necessidades médicas em diferentes partes do país, tendo sido ainda ativada uma célula de crise específica para lidar com a deslocação maciça de pessoas. "Sabemos que quando há um grande número de pessoas deslocadas há sempre uma propagação de doenças, por isso preparamos um plano para monitorizar e detectar doenças", indicou o ministro.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), organização da ONU, comunicou que os ataques israelenses no Líbano causaram mais de 90 mil deslocados desde o começo da semana. "Milhares de pessoas foram forçadas a deixar as suas casas. E os números continuam a crescer”, acrescentou Matthew Saltmarsh, porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Por sua vez, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram que realiza ofensivas de grande escala no sul do Líbano e no Vale do Bekaa, no leste, redutos do grupo libanês Hezbollah. Os ataques também ocorreram logo após o Exército a ter anunciado a intercepção de um míssil disparado contra Tel Aviv pelo Hezbollah. O alvo era a sede da Mossad, a agência de inteligência de Israel. “É a primeira vez que um míssil do Hezbollah atinge a área de Tel Avive", admitiu Amir Cohen, porta-voz militar do governo.

Já o porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel, o tenente-coronel Nadav Shoshani, afirmou que o míssil interceptado estava indo em direção a áreas civis da cidade.

Israel e o Hezbollah têm trocado tiros na fronteira entre o norte de Israel e o sul do Líbano desde o começo da ofensiva israelense em Gaza.  Mas, os militares israelenses aumentaram nos últimos dias a intensidade dos ataques no território libanês, atingindo também os arredores da capital do país. "Vamos continuar a atacar o Hezbollah. E digo ao povo libanês: a nossa guerra não é contra vocês, a nossa guerra é contra o Hezbollah", avisou o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, que pediu aos libaneses para saírem do caminho do perigo.
 
Caos nos hospitais

Segundo relatos locais, os hospitais libaneses estão lotados, à beira do colapso na sequência dos ataques de Tel Aviv. "É um desastre, um massacre", contou à agência France-Presse (AFP) Jamal Badrane, médico do hospital Secours Populaire de Nabatiye, no sul do Líbano, uma das zonas mais afetadas. "Os ataques não param, nos bombardearam quando estávamos retirando os feridos de uma zona atingida”, lamentou.