QUEIMADAS

Forças Armadas atuam no ataque ao fogo do Pantanal

Forças Armadas desempenham papel estratégico ao dar apoio aos brigadistas que enfrentam as queimadas na segunda pior temporada de incêndios do bioma. Missão está prevista até o fim de outubro e mobiliza mais de 500 militares

Publicado em: 23/09/2024 07:05

Integrantes da Marinha no cambate a foco de incêndio pela Operação Pantanal II  (Crédito: Flick/Marinha do Brasil)
Integrantes da Marinha no cambate a foco de incêndio pela Operação Pantanal II (Crédito: Flick/Marinha do Brasil)

O Brasil enfrenta um inimigo poderoso no Pantanal. Ele pode atacar a qualquer hora do dia e, rapidamente, se expandir por quilômetros, destruindo tudo o que está pela frente. Além de matar a fauna e devastar a flora, os incêndios chamam para o combate homens e mulheres de diversas corporações. Neste cenário de guerra, as Forças Armadas cumprem uma missão específica: apoiar as equipes que estão na linha de frente. Esta ação, muitas vezes, não tem a mesma visibilidade do que a batalha entre os agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou do Corpo de Bombeiros contra o fogo. Mas para um homem poder enfrentar as chamas, há outros que trabalham para que ele esteja ali.

 

A participação das Forças Armadas no Pantanal está prevista na Portaria 3.179, assinada em 27 de junho pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. A chamada Operação Pantanal II determina que Exército, Marinha e Aeronáutica prestem suporte logístico aos especialistas no combate aos incêndios. Em média, 530 homens das três Forças atuam diariamente no chamado Comando Conjunto.

 

Logística

 

Cabe aos militares auxiliar os especialistas em debelar as chamas. Eles ajudam os 868 profissionais civis engajados no enfrentamento, dos quais 419 são do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os militares também cooperam com outras agências envolvidas, como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Federal e a Força Nacional.

 

As bases de apoio estão em oito localidades: Forte Coimbra, Porto Índio, Corumbá, Porto Murtinho, Coxim, Ladário (todas no Mato Grosso do Sul), Poconé e Porto Conceição (ambas no Mato Grosso) — todas instaladas em organizações militares. Desde o início da operação, as Forças Armadas disponibilizaram oito aeronaves, 46 embarcações e 142 viaturas, que possibilitaram 426 missões de transporte, deslocando 3,8 mil agentes e 131,7 toneladas de equipamento de combate ao fogo. Pilotos da Operação Pantanal II lançaram 1,2 milhão de litros de água sobre incêndios e focos de fogo identificados.

 

Até o 15 de setembro, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMAMC) registrou 119 incêndios no bioma, dos quais 85 foram extintos e 20 estão controlados. Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ), de 1º de janeiro a 15 deste mês mais de 12% do Pantanal foi consumido pelas chamas. Ao todo, foram 1,9 milhão de hectares queimados, sendo 215,5 mil só nos primeiros nove dias de setembro.

 

Segundo dados do ministério, 619 animais silvestres haviam sido resgatados do Pantanal até 15 de setembro. O levantamento dos bichos que morreram em 2024 ainda não foi feito. Em 2020, único ano à frente deste em registros de focos de fogo, estima-se que mais de 17 milhões de vertebrados foram vítimas das chamas. As Forças Armadas devem operar na região até 27 de outubro.

 

As informações são do Correio Braziliense.