OPERAÇÃO

'Bets e lavagem de dinheiro': entenda a decisão contra Gusttavo Lima

Decisão que decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima ocorreu por ele ter 'conivência' com foragidos do Brasil; Juíza pede investigação 'minuciosa'

Publicado em: 24/09/2024 09:19

Gusttavo Lima tem prisão decretada em razão da Operação Integration (crédito: TMJBrazil)
Gusttavo Lima tem prisão decretada em razão da Operação Integration (crédito: TMJBrazil)

O cantor sertanejo Gusttavo Lima teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Pernambuco, nesta segunda-feira (23/9), por supostamente ter ajudado foragidos da Justiça a deixarem o país. A decisão ocorreu no âmbito da Operação Integration, que também havia prendido a influenciadora Deolane Bezerra e investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo jogos ilegais.

 

A decisão da juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, acatou um pedido da Polícia Civil de Pernambuco e rejeitou argumentos do Ministério Público de Pernambuco, que, na sexta-feira (20/9), havia pedido outras medidas cautelares. A operação investiga uma organização criminosa suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões.

 

Segundo a Justiça, o artista teria ajudado José André da Rocha Neto, dono da casa de apostas VaiDeBet, e sua esposa Aislla Sabrina Truta Rocha, a fugirem do país. Os dois possuem mandado de prisão em aberto desde o início de setembro. 

 

Na decisão, a juíza pede uma investigação minuciosa sobre uma viagem de Gusttavo Lima, nome artístico de Nivaldo Batista Lima, para a Grécia. O cantor comemorou o aniversário de 35 anos na Europa no início do mês e, no retorno, teria deixado o casal no exterior.

 

“Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Batista Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, escreveu a juíza. 

 

A operação também já prendeu mais de dez pessoas, além do cantor sertanejo e da influenciadora. A lista inclui donos de casas de apostas, como o empresário Darwin Henrique da Silva Filho, da Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Filizola.

 

Deolane, por exemplo, confirmou que comprou um carro de luxo para Darwin no valor de R$ 3,85 milhões. Segundo a Polícia Civil, há indícios de lavagem de dinheiro proveniente de apostas esportivas. O casal se entregou à Justiça no dia seguinte a deflagração da Operação.

 

A juíza Andrea Calado da Cruz ainda escreveu que, “independentemente de sua condição financeira, ninguém pode se furtar à Justiça”. 

 

“A riqueza não deve servir como um escudo para a impunidade, nem como um meio de escapar das responsabilidades legais. A aplicação da lei deve ser equânime, assegurando que todos, independentemente de sua posição social ou econômica, respondam por suas ações. A tentativa de se eximir das consequências legais por meio de conexões financeiras é uma afronta aos princípios fundamentais do Estado de Direito e à própria noção de justiça”, escreveu.

 

As informações são do Estado de Minas.