Rússia dá ultimato à mãe de Navalny sobre enterro

A porta-voz de Alexei Navalny, Kira Iarmych, denunciou o ultimato feito por investigadores russos à Lyudmila Navalnaya, mãe do falecido opositor do governo de Vladimir Putin.

 

Iarmych relatou na rede social X, que os investigadores russos deram três horas a Lyudmila para aceitar o funeral secreto de Navalny ou o filho será enterrado no interior da colônia prisional no Ártico, onde morreu aos 47 anos.

 

Lyudmila recusou e afirmou que não vai negociar com o Comitê de Investigação Russo, porque este não tem autoridade para decidir como e onde enterrar o seu filho. A mãe de Navalny exige que se cumpra a lei, que obriga os investigadores a entregarem o corpo no prazo de dois dias após o estabelecimento das causas da morte. Segundo os documentos médicos que assinou, esses dois dias terminam amanhã.

 

“Lyudmila continua a insistir que as autoridades permitam que o funeral e a cerimônia fúnebre se realizem de acordo com os costumes”, diz a publicação de Kira Iarmych.

Nesta sexta-feira, Dmitry Muratov, jornalista ganhador do Prêmio Nobel da Paz, apelou nas redes sociais para que o corpo de Navalny seja entregue à família sem quaisquer condições. Além disso, mais de 25 personalidades russas subscreveram o pedido e pediram às autoridades da Rússia a liberação do corpo de Alexei Navalny.

Na quinta-feira (22), a mãe de Navalny também denunciou que foi alvo de chantagem por parte das autoridades russas, que a tentaram forçar a realizar uma cerimônia fúnebre secreta e privada. 

 

Por outro lado, os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. O laudo médico atestou morte por "causas naturais". 

 

Destacados dirigentes ocidentais, a família e seus apoiadores responsabilizaram Putin pela sua morte. Já o Kremlin declarou que não vai aceitar quaisquer exigências do Ocidente, após vários líderes de países do Ocidente terem exigido esclarecimentos e uma investigação internacional e independente sobre a morte de Alexei Navalny.