GUERRA

Plano pós-guerra de Netanyahu para Gaza rejeita qualquer influência palestina

Primeiro-ministro israelense apresentou os vários objetivos do plano para a administração no pós-guerra na Faixa de Gaza

Publicado em: 23/02/2024 12:57

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Natanyahu (Foto: AFP)
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Natanyahu (Foto: AFP)
No documento revelado nesta sexta-feira (23) pelo jornal Times of Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apresentou aos seus ministros e ao gabinete de segurança os vários objetivos do plano para a administração no pós-guerra na Faixa de Gaza. 
 
No texto, a curto prazo, destruir o Hamas e a Jihad Islâmica, além de encerrar a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) e substituí-la por outros grupos internacionais de ajuda humanitária. Netanyahu também afirma que quer Gaza livre de qualquer influência palestina, inclusive da Autoridade Palestina, ou de países ou entidades que apóiam o ‘terrorismo’ e suas milícias.
 
De acordo com Times of Israel, o plano começa por estipular um princípio para o mandato imediato e que as Forças de Defesa de Israel (IDF) continuarão a guerra até atingir as suas metas, que passam pela destruição das capacidades militares e da infraestrutura governamental do Hamas e da Jihad Islâmica, assim como pela libertação dos reféns raptados em 7 de outubro. 
 
O plano reflete a sua resistência as pressões da comunidade internacional, prevendo também a instalação de ‘funcionários locais’ e  não reconhecendo qualquer poder conferido à Autoridade Palestina. Netanyahu garante que os militares israelitas vão manter uma liberdade indefinida para operar em toda Faixa de Gaza, que no documento é classificado como “um princípio de médio prazo”, mas sem especificar datas. 
 
Em relação à segurança, o primeiro-ministro de Israel mostra um plano abrangente e que vai além de Gaza. Numa fase intermédia, segundo divulgado pelo Times of Israel, Tel Aviv manterá o controle de segurança sobre toda a área a oeste da Jordânia por terra, ar e mar. “Para evitar o fortalecimento de elementos terroristas na Cisjordânia, Gaza e para frustrar ameaças deles em direção a Israel”, diz o documento.
 
Naquilo que Netanyahu chama de “o dia seguinte” após a guerra, a desmilitarização completa de Gaza é também um dos objetivos do seu governo, assim como a criação de uma “zona tampão” da fronteira palestina com Israel. E no que diz respeito a fronteiras, o primeiro-ministro israelita quer ainda fechar a sua ligação terrestre com o Egito de modo a travar o contrabando, mas o jornal não detalha como será feito este ‘fechamento de fronteira’.
 
A Autoridade Palestina reagiu ao plano de Netanyahu e o Ministério das Relações Exteriores condenou os planos do primeiro-ministro israelita, acusando-o de querer prolongar o que diz ser o genocídio contra o povo palestino.  “Se o mundo está verdadeiramente interessado na segurança e na estabilidade da região, deve pôr fim à ocupação israelita das terras palestinas e reconhecer um Estado palestino independente com Jerusalém oriental como capital”, declarou Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas.

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