GUERRA

OMS tenta acesso ao hospital Nasser após operação das IDF

Organização afirma que os combates destruíram as instalações de armazenamento de equipamento e material médico do hospital

Publicado em: 16/02/2024 11:55 | Atualizado em: 16/02/2024 13:16

Complexo Médico Nasser é o maior da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza (Foto: STRINGER / AFP)
Complexo Médico Nasser é o maior da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza (Foto: STRINGER / AFP)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que tenta ter acesso ao interior do Complexo Médico Nasser, o maior da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, depois da operação das forças especiais israelitas, na quinta-feira. A OMS afirma que os combates destruíram as instalações de armazenamento de equipamento e material médico, além do acesso ao hospital continuar obstruído.
 
“Ainda há muitos feridos e doentes críticos no interior do hospital. Não existe um corredor seguro para os necessitados”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, acrescentando que há uma necessidade urgente de combustível e de assegurar a continuação da prestação de serviços que salvam vidas.
 
Segundo autoridades de saúde do hospital Nasser, quatro pacientes que estavam internados nos cuidados intensivos morreu por falta de oxigênio devido ao corte de eletricidade, e ainda denunciaram o caos provocado pelo ataque israelita àquela unidade com um veículo blindado entrando nas dependências do hospital, som de disparos por toda parte e pelo menos oito pessoas que tentavam escapar ao longo do caminho foram almejadas por tiros, dentre os quais um adolescente de 16 anos baleado na porta do hospital. “Os tanques e os atiradores cercaram o hospital em todas as direções e ameaçaram bombardear o hospital em meia hora. Eles bombardearam um armazém dentro do hospital. A maior parte dos suprimentos médicos foi queimada”, relatou um cirurgião do Nasser. 
 
Mais de 1.500 pessoas deslocadas ainda estão dentro das instalações, incluindo pelo menos 273 pacientes, 190 profissionais médicos e três crianças na creche, de acordo com o Ministério da Saúde em Gaza. 
 
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, nas últimas semanas, as missões humanitárias ao Complexo Médico Nasser têm sido recusadas e que a OMS perdeu o contato com os profissionais de saúde do hospital. “O Nasser é a espinha dorsal do sistema de saúde no sul de Gaza. Tem de ser protegido. O acesso humanitário deve ser permitido. Os hospitais têm de ser salvaguardados para que possam desempenhar a sua função de salvar vidas. Não podem ser militarizados ou atacados”, declarou.
 
Ghebreyesus também manifestou na rede social X a sua preocupação com a situação atual no Complexo Médico de Nasser. “Civis mortos, ordens de evacuação de pessoas que só procuraram abrigo, demolição do muro: estou alarmado com o que está a acontecer no Complexo Médico de Nasser em Gaza, depois de ter estado sob cerco durante mais de uma semana”, escreveu.
 
As Forças de Defesa de Israel (IDF) justificaram a ‘invasão’ ao garantir que o Hamas manteve reféns em cativeiro no interior do Complexo Médico de Nasser.  “Conduzimos uma operação de resgate depois de termos recebido informações, dos nossos serviços secretos, que apontam para a possibilidade de haver cadáveres ali guardados”, explicaram as IDF em um comunicado. Os militares não divulgaram publicamente essas evidências.
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