Há 8 anos

MPPE vai pedir condenação de acusado de chacina dos conselheiros tutelares de Poção

Ministério Público de Pernambuco vai solicitar, na segunda (26), a condenação de Wellington Silvestre dos Santos, o executor de quatro vítimas

Publicado em: 23/02/2024 09:34 | Atualizado em: 23/02/2024 12:06

Carro de conselheiros tutelares foi baleado  (Foto: Arquivo)
Carro de conselheiros tutelares foi baleado (Foto: Arquivo)
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai pedir, na próxima segunda (26), que o júri popular condene o réu Wellingtom Silvestre dos Santos.
 
Ele é acusado da execução três conselheiros tutelares e de uma idosa e da tentativa de homicídio contra uma criança.
 
O crime aconteceu há oito anos e ficou conhecido como “Chacina de Poção”. 
 
O julgamento será realizado na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Recife. 
 
Segundo os autos, Wellingtom e  Égon Augusto Nunes de Oliveira foram responsáveis pelos tiros que atingiram as vítimas, no dia 6 de fevereiro de 2015.
 
O veículo em que as vítimas estavam foi atingido por disparos em uma rodovia federal de Poção, no Agreste do Estado. 

O caso  teve grande repercussão para os moradores daquela cidade, que fica a 240 quilômetros do Recife.
 
Foram mortos  os conselheiros  Carmem Lúcia da Silva, José Daniel Farias Monteiro, e Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos. 

Também foi assassinada a tiros Ana Rita Venâncio, que era a esposa de João Batista, avô materno da criança que sobreviveu ao atentado, na época, com 3 anos de idade. 

Todos foram executados enquanto estavam em um veículo que trafegava em uma rodovia da cidade de Arcoverde, no Sertão do Estado. Eles vinham da casa da avó paterna da criança.

Segundo o avô materno, João Batista, as famílias dividiam a guarda da criança. O pai e a avó paterna cuidavam dela durante a semana e, nos fins de semana, a menina ficava com os avós maternos.

Na época, a oficial de justiça Bernadete Siqueira Britto de Rocha foi apontada pela polícia como a mandante da chacina.

Isso corroborou com a alegação do MPPE, que por meio de nota, disse que: “Desde as investigações, apontou-se que o crime foi encomendado pela avó paterna da menina, Bernadete de Britto Siqueira, que contratou grupo de extermínio para eliminar a família materna e garantir a guarda da menina. A denúncia apontou oito pessoas como responsáveis pela chacina”. 

Ainda na nota, o MPPE diz que “Wellington foi denunciado pelos quatro homicídios qualificados pela emboscada, mediante pagamento e com característica de grupo de extermínio (Artigo 121 §2º, incisos I e IV, e §6º do Código Penal) contra Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, José Daniel Farias Monteiro, Carmem Lúcia da Silva (conselheiros tutelares) e Ana Rita Venâncio, avó materna da criança”.

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o processo corre na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, onde será realizado o julgamento de Wellington, de acordo com o processo de NPU 000332-69.2015.8.17.1140.

Motivos
 
Na época, as investigações da polícia apontaram que  Bernadete exercia a guarda da neta, vítima sobrevivente da cena do crime, cuja guarda oficial era do pai, José Cláudio de Britto Siqueira Filho. A oficial de justiça manteve, através do filho, a disputa judicial pela guarda com a família materna da criança. 

As brigas entre as famílias eram caracterizadas por intensa rivalidade, ameaças e até agressões.

As apurações ainda apontaram que Bernadete Rocha teria pago R$ 45 mil pelo crime, e tinha ainda a intenção de matar todos os parentes maternos que pudessem ficar com a guarda da neta,

O crime foi planejado por Bernadete desde 2014, de acordo com a polícia. Ela é acusada ainda de ter matado a mãe da criança por envenenamento, em dezembro de 2012.

Na época, todos os acusados foram indiciados pela polícia por quatro homicídios duplamente qualificados e podem pegar até 210 anos de prisão.

Durante o inquérito foram cumpridos 17 mandados de prisão, sete de busca e apreensão, além de sete indiciamentos.

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