ORIENTE MÉDIO

Israel planeja construir mais 3 mil habitações em colônias ilegais na Cisjordânia

Decisão foi justificada pelo governo israelita após o ataque palestino que ocorreu na quinta-feira

Publicado em: 23/02/2024 16:58

 (Foto: Ahmad Gharabli/AFP )
Foto: Ahmad Gharabli/AFP
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, anunciou hoje a construção de mais 3.300 habitações em três assentamentos da Cisjordânia ocupada, decisão justificada pelo governo israelita após o ataque palestino que ocorreu na quinta-feira.
 
De acordo com o comunicado de Smotrich, dirigente do partido de extrema-direita Sionismo Religioso, o Governo vai tentar aprovar a construção nas colônias, consideradas ilegais pelas principais entidades institucionais do mundo e a maioria da comunidade internacional. A proposta prevê 2.350 novas casas em Maale Adumin, perto do local onde ocorreu o tiroteio, outras 300 em Keidar, e ainda 694 em Efrat.
 
“Que todo o terrorista que pretenda nos atacar saiba que levantar um dedo contra cidadãos israelitas implicará um golpe mortal e destrutivo, para além do aprofundamento do nosso controle eterno sobre toda a terra de Israel”, disse Smotrich, ele próprio de um colonato, classificando a decisão de “uma apropriada resposta sionista”.
 
O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina condenou nos termos mais enérgicos o plano israelita que impulsiona a construção de mais unidades de alojamento na Cisjordânia ocupada. “A medida implica num sinal oficial de Israel de anexação da Cisjordânia, incluindo Jerusalém leste, e de negação de qualquer oportunidade para a formação do Estado palestino, assim como um flagrante desafio à legitimidade internacional e aos esforços efetuados para terminar com a guerra e resolver o conflito por meios políticos”, declarou a chancelaria palestina.
 
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos ficaram "desiludidos" com o anúncio de Israel sobre os planos para construir mais de 3 mil novas habitações nas colônias ocupados na Palestina. Para a Casa Branca estes assentamentos são inconsistentes com a lei internacional e Blinken reafirmou que esta é uma "conclusão fundamental", acrescentando que a anterior administração norte-americana foi "inconsistente" quanto a este tema.
 
Já a ONG israelita Peace Now denunciou a previsão de despender milhões em projetos relacionados com os assentamentos no orçamento para 2024, e que deverá ser aprovado pelo Parlamento (Knesset) nos próximos dias. “Segundo o projeto inicial, já aprovado pelo Governo israelita, serão destinados 913 milhões de euros em estradas na Cisjordânia para uso exclusivo dos colonos, 40 milhões de euros em subsídios para as autoridades das colônias e cinco milhões de euros para apoiar as explorações agrícolas israelitas na Cisjordânia, muitas delas ilegais. Outros 50 milhões de euros estão designadamente destinados a projetos da associação Elad em 2024, que promove a expulsão de palestinos em Jerusalém leste” acusou a Peace Now.
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