GUERRA

Cresce as ofensivas do exército de Israel no sul de Gaza

Tropas israelenses bombardearam novamente Rafah na última noite, o que causou vários mortos e feridos entre os civis palestinos

Publicado em: 09/02/2024 15:15

 (Foto: SAID KHATIB / AFP)
Foto: SAID KHATIB / AFP
As forças de Israel prosseguem com a intensa ofensiva no sul de Gaza, na cidade de Khan Yunis, com o objetivo ainda de ampliar os ataques em Rafah, junto à fronteira com o Egito. As tropas israelenses também bombardearam novamente Rafah na última noite, o que causou vários mortos e feridos entre os civis palestinos.
 
Além disso, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu já ordenou, nesta sexta-feira (9), ao exército que planeje um plano de evacuação para os civis da cidade de Rafah, o que sugere uma ofensiva em larga escala por parte das tropas de Israel.
 
Já Washington afirmou que não irá apoiar quaisquer planos de Israel para operações militares de grandes proporções em Rafah. O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deixou claro as preocupações dos EUA sobre tais operações. “Qualquer operação militar de grande envergadura em Rafah neste momento, nestas circunstâncias, com mais de um milhão, provavelmente mais de um milhão e meio, de palestinos que procuram e têm procurado refúgio em Rafah, sem a devida consideração pela sua segurança, seria um desastre e não a apoiaremos”, declarou John Kirby,  porta-voz da Casa Branca, John Kirby.
Por outro lado, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância ), agencia que promove os direitos e o bem-estar de crianças e adolescentes, alertou para a grave situação de risco em que vivem as milhares de crianças que estão em Rafah, onde a violência militar tem aumentado.
 
ONU não consegue entregar ajuda humanitária a Gaza
 
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) informou que não consegue entregar alimentos no norte de Gaza há duas semanas, e que os palestinos que permanecem na zona estão à beira da fome. "A última vez que a UNRWA foi autorizada pelo exército israelita a entregar alimentos na zona norte da Faixa de Gaza foi no dia 23 de janeiro", afirmou Philippe Lazzarini, comissário-geral da organização.
 
Desde o início do ano, metade dos pedidos da UNRWA para missões de ajuda no norte foram rejeitados. Esta zona foi fortemente destruída pelos combates e bombardeios das tropas israelitas, além de ter sido isolada do sul do enclave, onde milhares dos habitantes foram retirados e permanece agora deslocados, em grande parte no sul de Rafah, onde se aglomeram mais de um milhão de civis palestinos. “No norte, é estimado que haja 800 mil palestinos que não deixaram a região, incluindo cerca de 300 mil pessoas que dependem exclusivamente da ajuda da UNRWA para sobreviver. Impedir o acesso interrompe a ajuda humanitária que salva vidas. Mas com a vontade política necessária, esta situação pode ser facilmente invertida", diz Lazzarini.
 
No final de janeiro, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) já tinha afirmado que Israel tinha aumentado a taxa de recusas de missão e de acesso humanitário ao norte de Gaza. O OCHA descreveu a decisão como um aumento dramático da taxa de recusas, numa deterioração acentuada em relação aos meses anteriores. O secretário-geral da ONU, António Guterres, não há outra organização presente em Gaza capaz de satisfazer as extensas necessidades do povo palestino como a UNRWA. Guterres, também manifestou perplexidade pela operação militar israelita em Gaza causar "tantas mortes" e "destruição" e considerou impossível substituir a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA).  “Não entendo o nível de destruição em Gaza, se a guerra no enclave é, como diz o Governo israelita, uma operação apenas contra o Hamas.
 
Se fosse esse o caso, não consigo entender como é que a conduzem de tal forma que causou a morte de 28 mil pessoas, 75% da população deslocada e a destruição de bairros inteiros tal como o registrado", apontou.
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