Depois do Canaval

Carnaval do Recife atrai 3,4 milhões de foliões e movimenta R$ 2,4 bilhões na economia

Balanço foi divulgado nesta quarta de cinzas pela prefeitura

Publicado em: 14/02/2024 07:34 | Atualizado em: 14/02/2024 15:29

Imagem aérea mostra o Recife durante o Carnaval 2024 (Foto: Francisco Silva/DP)
Imagem aérea mostra o Recife durante o Carnaval 2024 (Foto: Francisco Silva/DP)

O carnaval 2024 do Recife atraiu 3,4 milhões de foliões, gerou 57 mil postos de trabalho e movimentou mais de R$ 2,4 bilhões na economia.
 
O número de foliões é 20% maior do que em 2023.

Deste total, foram 2 milhões no Bairro do Recife e 1,4 milhão nos polos descentralizados

Esses números fazem parte do balanço apresentado, na manhã desta quarta-feira de Cinzas (14), pela prefeitura.
 
O evento, que finalizou a folia de 2024, aconteceu enquanto ainda havia foiões brincando nas ruas.
 
A entrevista coletiva, no Paço do Frevo, no Bairro do Recife, contou com a participação do prefeito João Campos (PSB).
 
O gestor apareceu nesta manhhã com o cabelo com a cor normal. Na festa, Campos "nevou", em brincou com os fios descoloridos.
 
Ele falou também que tudo começou como uma brincadeira de carnaval, mas que depois passou a ter um siginificado todo especial para ele.
 
"Começou numa brincadeira de carnaval, mas também, eu vejo como um ato de respeito à nossa cidade, a periferia, a juventude, onde está uma gente criativa, resiliente, aguerrida e arretada que por muitas vezes são vistas com preconceito, e no Recife não cabe preconceito", observou o gestor.
 
Ainda segundo a prefeitura, a cidade pulsou com 3 mil apresentações artísticas, sendo 98% de atrações locais. Ocupação hoteleira alcançou 96%.

Prefeito João Campos apareceu sem o cabelo "nevado" (Foto: Aimé Kyrillos/DP)
Prefeito João Campos apareceu sem o cabelo "nevado" (Foto: Aimé Kyrillos/DP)

No período, 150 mil pessoas circulando pelo aeroporto Gilberto Freyre/Guararapes.
 
Ainda de acordo com o balanço da prefeitura, 98% do público entrevistado pretende voltar a brincar Carnaval ano que vem.
 
Na infraestrutura, 45 mil veículos foram atendidos em estacionamentos públicos.
 
A prefeitura disse que 533,06 toneladas de lixo foram recolhidas, 27% a mais que o ano anterior.

Houve também a coleta de 32 toneladas de material reciclável e 2.500  pessoas envolvidas na operação de limpeza.
 
Em relação ao serviço de saúde, foram 7.112 mil atendimentos médicos e 1.130 ocorrências atendidas pelo Samu.

O Procon Recife aumentou em mais de 100% os registros em relação ao ano passado.
 
Em 2023, 700 pessoas passaram pelo estande do órgão municipal de defesa do consumidor, enquanto neste ano foram realizados 1.527 atendimentos.

Na folia, 533 alvarás de autorização sonora foram emitidos para os blocos de Carnaval.

As fiscalizações de controle sonoro foram realizadas em 16 polos entre os dias 27 de janeiro (prévias) e 13 de fevereiro (Carnaval). Ao todo, 26 blocos foram fiscalizados.
 
No período, a secretaria da área recebeu apenas três denúncias relativas a blocos de carnaval e dois autos de infrações foram lavrados por falta de alvará e/ou descumprimento de condicionantes do alvará para uso de equipamento sonoro.

O Estande arte Recentro atraiu cerca de 9 mil visitantes. Ao todo, 36 mil garrafas de água mineral de 500 mil foram distribuídas, personalizadas com o nome e a marca do Recentro.
 
Destaques

A festa foi embalada ainda por uma constelação de peso, com mais de 98% de atrações locais e grandes nomes nacionais, como: Alceu Valença, Lenine, Spok, Maestro Forró e Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, André Rio, Antônio Nóbrega, Elba Ramalho, Nena Queiroga, Almir Rouche, Raphaela Santos, Priscila Senna, Thiaguinho, Mumuzinho, Marcelo D2, Pato Fu, Rachel Reis, Ave Sangria, Arnaldo Antunes, Teresa Cristina, Chico César, Marcelo Falcão, Martins, Isadora Melo, Nação Zumbi, Vanessa da Mata, Matuê, Mart'nália, Luíza Sonza e Pitty. Lia de Itamaracá, também homenageada da festa, se apresentou ontem, na derradeira noite de programação do superlativo palco do Marco Zero, colocando todo mundo para dar as mãos e celebrar as tradições musicais e ancestrais que deram origem à alegria recifense.
 
Para todos os gostos e todas as idades, o Carnaval do Recife também chamou o futuro para brincar, em seis polos exclusivamente dedicados ao público infantil, com direito a uma grande novidade: o polo do Parque das Graças. Outro literalmente grandioso marco desse Carnaval foi o Galo Gigante da Paz, que acordou mais cedo e mais animado esse ano. Antecipada para a quarta-feira anterior à abertura do Carnaval, a subida do calunga foi embalada por muito frevo e várias atrações musicais, inaugurando mais uma tradição para a liturgia momesca recifense. Nas imediações da ponte, nos arredores do bairro da Boa Vista, nascedouro do Carnaval e de suas tradições, quem cantou de galo foi a cultura popular.
 
Marcando seu retorno à Dantas Barreto, o Concurso de Agremiações reuniu plateias para ver passar os grupos e brincantes que são Carnaval o ano inteiro, de domingo até terça, abrindo alas para alguns dos mais representativos símbolos da cultura pernambucana, entre escolas de samba, blocos de pau e corda, tribos de índios, troças carnavalescas, maracatus de baque solto, maracatus de baque virado, clubes de frevo, clubes de boneco, caboclinhos, bois e ursos.
 
O Concurso, que teve desfiles também na Avenida do Forte, reunindo 226 agremiações, terá seus resultados divulgados na quinta-feira (15), na apuração realizada no Pátio de São Pedro, na Casa 10, a partir das 10h.
 
A nova passarela do concurso inaugurou mais uma centralidade momesca no Recife, dedicada às tradições carnavalescas originárias, protagonizada pelos já consolidados polos do QG do Frevo, na Praça da Independência, e dos pátios de São Pedro e do Terço e reforçada por novidades como o polo Novo Cais, que estreou no Carnaval passado, na Avenida Martins de Barros, e pelo Circuito de Pátio a Pátio, repetido e ampliado este ano, desfilando as belezas e histórias de 57 agremiações nas tardes do domingo, da segunda e da terça-feira de Carnaval, partindo do Pátio do Livramento até o Pátio de São Pedro.
 
Nos pátios do Terço e de Santa Cruz, o sagrado e a ancestralidade da festa também pediram passagem. Na segunda-feira, o Pátio do Terço confirmou uma das mais antigas e bonitas celebrações do Carnaval recifense: a Noite dos Tambores Silenciosos, que reuniu 29 grupos de maracatus em saudação aos orixás e aos ancestrais da cultura de matriz africana que formou a identidade do povo recifense, pernambucano e brasileiro. No Pátio de Santa Cruz, Bois, Ursos, Caboclinhos e índios se encontraram, no domingo, na segunda e ontem, em cerca de 40 apresentações, convidando o Recife a se encontrar também com suas origens.
 
Segurança
 
A grande novidade na organização do evento foi o papel de destaque assumido pelo Centro de Operações do Recife (COP), que pela primeira vez ficou responsável pelo planejamento, coordenação e monitoramento dos serviços municipais, articulando as ações de mais de 20 secretarias e órgãos municipais, na mesma linha do trabalho que “estreou” no Réveillon.
 
Criado pela Prefeitura do Recife no ano passado, o COP funcionou presencialmente durante a folia, numa sala ao lado do Marco Zero, e usou ferramentas como central de drones, painel online de acompanhamento das ocorrências e central de videomonitoramento em pontos estratégicos, com 145 câmeras, para verificar, em tempo real, a efetividade dos serviços prestados.

Na sala do COP, seis painéis exibiram as imagens das câmeras que fizeram o videomonitoramento dos principais pontos de concentração de foliões.
 
Com 145 equipamentos distribuídos no Bairro do Recife, no percurso do Galo, nas saídas do Centro e, pela primeira vez, nos polos descentralizados, a cidade teve 57 câmeras a mais do que no ano passado.
 
Os painéis mostraram também dados em tempo real sobre fatores como trânsito, temperatura e chuvas.
 
A sala reuniu representantes da Guarda Municipal, Fundação de Cultura, SAMU, Polícia Militar, Neoenergia, CTTU, Secretaria Executiva de Controle Urbano e Assistência Militar, que atuaram de forma integrada para resolver rapidamente as demandas que surgiram.
 
No total, foram mais de 8 mil profissionais trabalharam na festa, que, pele aprimeira vez, teve seis dias oficiais.

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