ESTADOS UNIDOS
Biden considera novas sanções à Rússia após morte de Navalny
Opositor russo morreu na sexta-feira (16), em circunstâncias desconhecidas
Publicado em: 19/02/2024 17:14
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Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) |
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está "considerando sanções adicionais" contra a Rússia após a morte do líder da oposição Alexei Navalny, enquanto Donald Trump evitou condenar Moscou pelo ocorrido.
"Já existem sanções, mas estamos considerando sanções adicionais, sim", disse Biden, que responsabilizou diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, e os seus "bandidos" pela morte de Navalny.
Navalny morreu na sexta-feira em circunstâncias desconhecidas, aos 47 anos, em uma prisão russa no Ártico, o que deixou a oposição russa no exílio em choque.
Biden e outros aliados ocidentais já impuseram sanções sem precedentes para conter as ações de Moscou na guerra com a Ucrânia, embora não tenham conseguido conter o conflito.
No entanto, as dúvidas sobre o futuro compromisso de Washington com Kiev aumentaram recentemente.
Com o financiamento dos EUA já esgotado, os aliados republicanos do ex-presidente Donald Trump na Câmara dos Representantes paralisaram 60 bilhões de dólares (298 bilhões de reais na cotação atual) em nova ajuda militar.
Biden voltou a criticar os republicanos nesta segunda-feira pela não aprovação do pacote de ajuda.
"A forma como se afastam da ameaça da Rússia, a forma como se afastam da Otan, a forma como se afastam do cumprimento das nossas obrigações, é simplesmente chocante", disse ele.
Após três dias sem comentários, Trump, favorito nas primárias republicanas para as presidenciais de novembro, pôs fim ao seu silêncio sobre a morte de Navalny com uma declaração que evitou criticar o Kremlin e, ao invés disso, descreveu o ocorrido como um sinal do colapso dos Estados Unidos.
Em uma mensagem em sua rede Truth Social, o ex-mandatário disse que "a morte repentina" de Navalny o deixou "cada vez mais consciente sobre o que está acontecendo" nos Estados Unidos, que qualificou de "nação em decadência".
"É um processo lento e constante, com políticos, promotores e juízes corruptos e de esquerda radical que nos levam ao caminho da destruição", acrescentou.
Trump denunciou "fronteiras abertas, eleições manipuladas e decisões judiciais muito injustas" em seu país.
O ex-presidente ainda não havia comentado ou escrito sobre a morte do opositor.
A publicação, no entanto, não menciona Putin nem o governo russo.
No dia anterior, o silêncio inicial de Trump sobre a morte de Navalny suscitou críticas de sua principal concorrente pela indicação republicana, a ex-embaixadora na ONU Nikki Haley.
"O fato de que não queira reconhecer nada com Navalny... ou está do lado de Putin e pensa que está tudo bem se Putin matasse um de seus opositores políticos, ou simplesmente não pensa que seja para tanto", disse Haley no programa "This Week" da rede ABC.