Música

Autran lança carreira solo e propõe o movimento 'PsicoDelícia'

Músico pernambucano Autran lança sua carreira solo com single e clipe de Uma tattoo pra tu, propondo uma novo estilo autoral carregado de grandes influências da cultura nordestina

Publicado em: 21/02/2024 06:00 | Atualizado em: 21/02/2024 11:10

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Artista recifense em busca constante pela reinvenção de suas narrativas sonoras, Autran acumulou experiências em sua carreira, inicialmente tocando tan tan em grupo de pagode dos anos 1990 e depois morou em São Paulo e, durante seus cinco anos em Buenos Aires, mergulhou de cabeça na variedade da cultura latina e marcando presença em saraus portenhos, milongas e centros culturais. Agora, ele lança sua carreira solo com o novo single e clipe de “Uma Tattoo Pra Tu”, que saiu através do selo Estelita. A música abre ainda uma nova e autoral proposta, que o músico está chamando de 'PsicoDelícia'. 
 
Com seus estudos e metodologias para unir a cultura e a comunicação, o cantor vem desenvolvendo nos últimos anos colaborações com projetos musicais de artistas como BiD (SP), Barro (PE), Mel Gonçalves (GO), Bárbara Eugênia (RJ), Fabriccio (ES), além de festivais e manifestações culturais como Rock in Rio, Guaiamum Treloso Rural (PE) e o Boi da Macuca (PE). Autran já teve reconhecimentos em seis países, com mais de 40 prêmios nos principais festivais de criatividade do mundo: Cannes Lions (França), Clio Music (EUA), D&AD (Inglaterra), AD STARS (Coreia do Sul), CCSP (Brasil), El Ojo (Argentina), entre outros.

Desde os 18 anos, idade mínima para poder se tatuar, Autran passou a imaginar qual tatuagem faria, mas por muito tempo não conseguia o desenho certo e não parava de refletir sobre a possibilidade de arrependimento, desistindo da ideia, em um primeiro momento, e aproveitando para fazer uma relação entre tatuagens e amores, descrevendo a 'tatuagem de homenagem' como uma metáfora do amor profundo. O artista só fez seu primeiro desenho na pele recentemente, portanto, aos 37 anos e, de acordo com ele, o single Uma tattoo pra tu é “um desses bregas sofridos e exagerados que prometem o amor eterno através de uma tatuagem”.

Em entrevista ao Diario, Autran descreve sobre a sensação de finalmente fazer e cantar as suas próprias composições. "Sinto um nervosismo com tudo isso, mas, brincadeiras à parte, a música sempre fez parte da minha vida. De 2006 a 2008, por exemplo, toquei na noite recifense e em seguida fui para o universo da comunicação e criatividade. Depois de mais de 15 anos trabalhando como redator e criativo para as principais marcas do mundo, resolvi voltar para a música. Era algo que mexia demais comigo para deixar de lado", conta o artista. "Estudando a música a fundo e todo o universo de produção musical - misturado ao feeling da publicidade -, vi que existia um potencial na minha narrativa que valia a pena investir, e fui me lançando no mundo musical da maneira mais profissional possível. Assim, poderia também abrir portas com os maiores artistas da música nacional. Tudo isso sem tirar a empolgação de voltar a subir nos palcos e fazer boas festas".

Sobre o termo 'PsicoDelícia', Autran explica contando um pouco das origens de seu trabalho como músico e destaca suas principais influências.
 
"Minha intenção com esse som é mostrar que podemos olhar para nossa própria narrativa e inventar histórias fantásticas e divertidas. Se propondo a caminhar com intenções criativas, sempre dando um passo à frente. Eu comecei na música na percussão, tocando tan tan, e esse início pelo ritmo me deu uma noção muito boa de música. Depois, veio o violão e toda a influência das cordas, vindas da presença ibérica, moura e árabe do Nordeste brasileiro. Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Cátia de França e Lenine foram grandes influências, quase todos vindos da psicodelia nordestina dos anos 70", ressalta.
 
"Na busca por encontrar minha própria verdade musical, resolvi unir minhas duas principais referências em um único conceito. Misturei a psicodelia árabe nordestina com a malemolência recifense do brega, propondo um novo movimento (pélvico), a que dei esse nome. Inspirado nos clássicos movimentos criados em Pernambuco, como o Armorial e o Manguebeat, mas sem se levar tão a sério. Afinal, é só mais uma maneira de dançar esquisito na pista", completa Autran.


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