GUERRA

Advogada das FDI alerta para condutas inaceitáveis de militares

Aviso foi dado em carta uma dirigida aos comandantes das tropas, que lideram os batalhões de combate na Faixa de Gaza

Publicado em: 21/02/2024 12:40

Nas últimas semanas, foram relatados casos de saques e destruição indiscriminada de edifícios em Gaza (Foto: JACK GUEZ / AFP)
Nas últimas semanas, foram relatados casos de saques e destruição indiscriminada de edifícios em Gaza (Foto: JACK GUEZ / AFP)
Nesta quarta-feira (21), a principal advogada das Forças de Defesa de Israel, Yifat Tomer-Yerushalmi, alertou para os casos de conduta inaceitáveis entre os militares, em carta uma dirigida aos comandantes das tropas, que lideram os batalhões de combate na Faixa de Gaza.
 
“Encontramos casos inaceitáveis de conduta que se desviam dos valores e protocolos”, advertiu Yifat, que elencou declarações inapropriadas, mas também o uso injustificado da força, inclusive contra detidos; saques, como o uso ou remoção de propriedade privada para fins não operacionais, e destruição de propriedade civil.
 
Nas últimas semanas, especialmente nos meios de comunicação minoritários israelitas críticos da guerra em Gaza, como o Haaretz ou o +972, foram relatados casos de saques e destruição indiscriminada de edifícios como hospitais, escolas ou mesquitas em Gaza. “Alguns incidentes ultrapassam o âmbito disciplinar e ultrapassam o limiar criminal”, disse Tomer-Yerushalmi, assegurando, no entanto, se tratar de casos isolados e que serão investigados porque não têm lugar nas Forças de Defesa de Israel.
 
“Devemos ter cuidado para não usar a força onde não é necessária, para distinguir entre um terrorista e quem não o é, para não levar nada que não seja nosso e para não gravar vídeos de vingança”, disse o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Herzi Halevi.
 
ONU pede investigação de abuso sexual e violência contra palestinas
 
Especialistas das Nações Unidas apelaram a uma investigação sobre o que qualificaram de "alegações credíveis de violações flagrantes dos direitos humanos" contra mulheres e jovens palestinas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia por parte das forças israelitas, que foram publicadas online pelos próprios. Segundo declarações do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, as alegações incluem execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tratamento degradante, violação e violência sexual.
 
"Estamos chocados com relatos de mulheres e crianças palestinas que foram deliberadamente alvejadas e executadas extrajudicialmente enquanto essas pessoas procuravam refúgio ou fugiam. Muitas das detidas foram alegadamente submetidas a tratamentos desumanos e degradantes, incluindo espancamentos severos, e negados higiene, alimentos e medicamentos", denunciaram os peritos independentes, nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os especialistas apelam a uma "investigação independente, imparcial, rápida, completa e eficaz" sobre as alegações, instando Israel a cooperar.
 
Além disso, de acordo com documentos divulgados hoje pela ONU, as forças israelitas dispararam contra um comboio da ONU que transportava bens alimentares para o norte de Gaza no dia 5 de fevereiro. Mas, não há relatos de pessoas mortas ou feridas neste ataque.
 
As Forças de Defesa de Israel (IDF) negaram as acusações e afirmaram que respeitam o direito internacional. "Sem pormenores precisos ou provas de casos individuais, não nos é possível examinar os casos em profundidade", declarou a IDF. A missão de Israel junto da ONU, em Genebra, também rejeitou veementemente aquilo a que chamou "alegações desprezíveis e infundadas" do grupo de peritos da ONU e disse que os especialistas foram motivados pelo seu ódio por Israel, e não pela verdade.
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