INVESTIGAÇÃO
Moraes manda Facebook entregar vídeo publicado por Bolsonaro após 8 de janeiro
Ex-presidente compartilhou material, sem provas, de que STF e TSE fraudaram as eleições de 2022. Vídeo foi excluído pouco antes de decisão judicial
Publicado em: 05/12/2023 20:18
Ministro do STF atendeu pedido da PGR sobre materiial compartilhado e excluído por ex-presidente (foto: Carlos Moura/SCO/STF e Alan Santos/PR) |
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nesta terça-feira (05), que a Meta, empresa que controla o Facebook, apresente, em até 48h, um vídeo publicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após os atos golpistas de 8 de janeiro. A decisão atendeu a um pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em caso de descumprimento, o magistrado fixou uma multa diária de R$ 100 mil.
A determinação ocorreu no âmbito do inquérito 4921, que apura a responsabilidade de autores intelectuais dos atos antidemocráticos e daqueles que instigaram as invasões e depredações às sedes dos Três Poderes. Segundo o Procuradoria, a entrega havia sido determinada em janeiro, com solicitação reiterada em agosto. No entanto, até agora, a plataforma não cumpriu a ordem.
Material para denúncia
Na manifestação encaminhado ao STF nesta semana, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos afirmou que o material é essencial para apresentar uma eventual denúncia contra o ex-chefe do Executivo. “O material requerido é fundamental para que o titular da ação penal possa ajuizar denúncia em face do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro", escreveu.
Bolsonaro foi incluído no inquérito que investiga a incitação aos atos golpistas após compartilhar, no Facebook, um vídeo em que coloca em dúvida, sem provas, de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF teriam fraudado as eleições do ano passado para favorecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente deletou o vídeo da rede e, por isso, a Meta afirmou que não seria possível cumprir a decisão.
A Meta informou que o vídeo foi deletado pelo próprio usuário e na data da ordem judicial exigindo a divulgação, o conteúdo já não estava mais disponível nos servidores da empresa “o que impossibilita o cumprimento da ordem. Reiteramos que colaboramos com as autoridades e cumprimos ordens judiciais em conformidade com as leis e nossa capacidade técnica", disse a empresa.
Confira as informações no Correio Braziliense.