AMBIENTE
Seminário discute combate ao lixo plástico no mar
Por: Osnaldo Moraes
Publicado em: 20/06/2023 11:58
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Plástico corresponde a 48,5% dos detritos encontrados no mar do Brasil (Martine Perret/ONU Meio Ambiente) |
Resíduos plásticos correspondem a 48,5% dos detritos poluidores encontrados no mar do Brasil e somam 22 milhões de toneladas a mais no meio ambiente a cada ano. Essa realidade é parte da motivação do seminário “Sociedade do Consumo e Poluição Por Plásticos: Consequências nas Comunidades Ribeirinhas e Litorâneas”, a ser realizado na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), com participação da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas-PE), nesta quarta-feira, aberto ao público, das 8h30 às 17h.
A poluição de canais, córregos, lagoa e rios chocam visualmente e provocam danos e até desastres e desequilíbrios ambientais, mas estudos e pesquisas já identificam que o perigo e prejuízos vão muito além, pois também ocorrem de modo invisível aos olhos humanos. Microplásticos são absorvidos por animais e acabam chegando nos organismos humanos.
Costa poluída
Segundo diagnóstico do programa Lixo Fora D’Água (clique/toque aqui para ler reportagem na íntegra), da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os 15 itens mais encontrados nas análises dos detritos poluentes lançados no mar brasileiro representam 80,3% dos resíduos que vão parar na costa brasileira. O levantamento é realizado desde 2018 em 11 municípios da costa, onde vivem 14 milhões de habitantes, incluindo Santos (SP), Balneário Camboriú (SC), Bertioga (SP), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Manaus (AM), Serra (ES), Rio de Janeiro e municípios da Baía da Ilha Grande (RJ), e Ipojuca (PE).
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a cada minuto, o equivalente a um caminhão de lixo de plástico é jogado em nosso oceano. Para a Semas-PE, a poluição plástica é uma questão global que afeta não apenas o meio ambiente como também as pessoas, especialmente as de classes econômicas mais vulneráveis e o objetivo do seminário é discutir os efeitos dos resíduos provocados pelos plásticos e as ações para combater esse problema.
“Vazamento” de lixo
Um dos relatórios do programa Lixo Fora D’água indica que as três principais fontes de “vazamento” de lixo para o mar são as comunidades nas áreas de ocupação irregular, próximas aos cursos d’água, os canais de drenagem que atravessam a malha urbana e a própria orla da praia em sua faixa de areia. “Os resultados do programa Lixo Fora D’água permitem afirmar que a melhor solução para o problema do lixo no mar reside justamente no aperfeiçoamento dos sistemas e infraestrutura de limpeza urbana nas cidades, que deve acontecer junto a programas permanentes de educação ambiental implementados em todas as camadas da população”, explicou o presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, em entrevista a Flávia Albuquerque, da Agência Brasil.
O seminário “Sociedade do Consumo e Poluição Por Plásticos: Consequências nas Comunidades Ribeirinhas e Litorâneas” vai durar todo o dia,no Campus Anísio Teixeira, em Apipucos, Noroeste do Recife, incluindo debates e rodas de conversa e será dividido em quatro grandes eixos de debate: as consequências da poluição por plástico nas comunidades; as consequências da degradação dos ambientes aquáticos pela poluição por plástico; a relação entre poluição por plástico e soberania alimentar; e a relação da poluição por plástico nas comunidades que lidam com o turismo.
Poluição e prejuízo
“É uma discussão bastante oportuna por tratar de um tema que está sendo debatido inclusive pela ONU (Organização das Nações Unidas). Estamos na década da ciência oceânica para o desenvolvimento sustentável”, diz o secretário executivo de Meio Ambiente, Walber Santana, que participará como palestrante, juntamente com o gerente de Áreas Costeiras da Semas-PE, Andrea Olinto.
“É uma discussão bastante oportuna por tratar de um tema que está sendo debatido inclusive pela ONU (Organização das Nações Unidas). Estamos na década da ciência oceânica para o desenvolvimento sustentável”, diz o secretário executivo de Meio Ambiente, Walber Santana, que participará como palestrante, juntamente com o gerente de Áreas Costeiras da Semas-PE, Andrea Olinto.
Segundo Walber Santana, um dos nossos projetos mais promissores da Semas-PE é o Plano de Ação de Combate ao Lixo no Mar (Pacolmar). “Estamos pensando em diversos formatos, que vão desde a educação ambiental até o planejamento e utilização de instrumentos econômicos”, afirma, sem detalhar ações e perspectivas de resultados. Andrea Olinto, vai participar da roda de conversa “Plástico no Oceano: Um Sério Problema”, às 13h30. O debate será centrado na problemática dos lixos nos oceanos e nas políticas adotadas pela Semas-PE para conter o avanço da poluição e reverter o prejuízo causado ao ecossistema marinho, como a implementação do Pacolmar e ações de limpeza no Litoral Sul promovidas pela secretaria.
*Com informações da Assessoria de Imprensa da Semas-PE e da Agência Brasil.