Rússia assina acordo para instalar armas nucleares na Bielorrússia

Nesta quinta-feira (25), a Rússia e a Bielorrússia assinaram um acordo que formaliza os procedimentos para o envio e instalação de armas nucleares táticas em território bielorrusso, que será mantido sob o controle de Moscou. "A instalação de armas nucleares não estratégicas é uma resposta eficaz à política agressiva de países hostis à Rússia e à Bielorrússia”, informou Viktor Khrenin, ministro da Defesa bielorrusso.

 

Já a assinatura do acordo acontece num momento em que a Rússia se prepara para enfrentar uma esperada contraofensiva da Ucrânia. O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse que no contexto de uma escalada extremamente acentuada das ameaças nas fronteiras ocidentais da Rússia e da Bielorrússia, foi tomada a decisão de adotar contramedidas na esfera militar-nuclear. Mas não foi anunciado nenhum detalhamento sobre a data em que as armas serão instaladas, no entanto o presidente russo, Vladimir Putin, apontou que a construção de instalações de armazenamento para as armas nucleares táticas na Bielorrússia estaria concluída até 01 de julho.

 

Em contrapartida, a líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, criticou a decisão. "Temos de fazer tudo para impedir o plano de Putin de instalar armas nucleares na Bielorrússia, uma vez que isso garantirá o controle da Rússia sobre a Bielorrússia nos próximos anos. Isso colocará ainda mais em risco a segurança da Ucrânia e de toda a Europa", afirmou Tikhanovskaya.

 

As armas nucleares soviéticas que estavam na Bielorrússia, Ucrânia e Cazaquistão durante a Guerra Fria foram transferidas para a Rússia num acordo mediado pelos Estados Unidos após a dissolução da União Soviética em 1991. No entanto, os locais de armazenamento continuam intactos.

 

A Rússia e a Bielorrússia também têm firmado um pacto de aliança, no qual o Kremlin subsidia a economia bielorrussa, através de empréstimos e descontos no petróleo e no gás russo. Moscou, além disso, usou o território de Belarus como ponto de partida para a invasão da vizinha Ucrânia e mantém um contingente de tropas e armas no país.