Rússia afirma ter eliminado grupo que atacou Belgorod

O Kremlin notificou nesta terça-feira (23) que eliminou o grupo que acusou de atacar ontem a região russa de Belgorod, a partir da Ucrânia, naquela que já é considerada a incursão mais séria em território russo desde o início da invasão. "Durante a operação antiterrorista, com a ajuda de ataques aéreos e de artilharia e com a ação das unidades de defesa da fronteira do Distrito Militar Ocidental, as formações nacionalistas (ucranianas) foram travadas e esmagadas. Os restantes nacionalistas foram impelidos para o território da Ucrânia, onde os ataques continuaram até a sua eliminação total", assegurou o Ministério da Defesa da Rússia, que acrescentou ter matado mais de 70 terroristas ucranianos. 

 

No entanto, as autoridades russas também voltaram a não fazer e divulgar um balanço das suas perdas ou danos provocados pelos ataques ucranianos. Moscou ainda culpa Kiev de preparar o ataque transfronteiriço, o que o governo da Ucrânia nega, afirmando que a ofensiva em Belgorod foi executada por combatentes russos que se opõem ao presidente Vladimir Putin. "A Ucrânia está observando os acontecimentos na região de Belgorod com interesse e estuda a situação, mas não tem nada a ver com isso", anunciou o Conselheiro Presidencial ucraniano Mikhaylo Podolyak. 

 

Na rede social Telegram, a autoria da operação foi reivindicada por um grupo que se apresenta como pertencente à Legião da Liberdade para a Rússia, um movimento russo que luta pelos interesses da Ucrânia e que já tinha declarado estar por trás de incursões anteriores na mesma região. 

 

A milícia russa, que se descreve como uma organização anti-Kremlin e que tem como objetivo derrubar o poder de Moscou e libertar o país de Putin alegou ter cruzado a fronteira e invadido a localidade de Kozinka, na região russa de Belgorod. "Somos os mesmos russos que vocês. Apenas nos diferenciamos pelo fato de não querermos justificar as ações dos criminosos no poder e pegar em armas para defender a nossa liberdade. É hora de todos assumirem a responsabilidade pelo futuro. É hora de acabar com a ditadura do Kremlin", diz o comunicado da Legião da Liberdade da Rússia, no Telegram.