VARIAÇÃO

No Recife, preço do aluguel segue em disparada acima da inflação

Publicado em: 19/05/2023 10:58

Negociação pode ser alternativa para inquilinos  (Peu Ricardo/Arquivo DP)
Negociação pode ser alternativa para inquilinos (Peu Ricardo/Arquivo DP)
Reajustado acima da inflação e do IGP-M, o custo do aluguel vem registrando diversas altas consecutivas no país, chegando a variar 17% nos últimos doze meses. No Recife, de acordo com o índice FipeZap, o aumento acumulado neste ano já é de 3,20%, enquanto nos últimos doze meses o avanço ficou em 12,86%. 

Diante desse cenário, é comum que locatários busquem alternativas para driblar o reajuste. No entanto, para evitar problemas futuros, é preciso estar atento à melhor maneira de realizar uma possível negociação.

“Não existe uma receita pronta. Porém, ela deve ser pautada na boa-fé e motivada por fatores que alteraram o equilíbrio do contrato. A depender do histórico de determinada locação, das concessões que foram feitas e de possíveis negociações anteriores, pode ser justo ou não que a correção monetária seja aplicada de forma integral”, afirmou o especialista em mercado imobiliário, Lucas Gusmão, do Caribé Advogados.

O advogado também observa que é preciso atenção para o formato em que o acordo é realizado. “Embora seja legalmente permitido estabelecer um contrato de locação de forma verbal, é recomendável que haja a sua formalização por escrito. No geral, um documento escrito deixa menos margens para dúvidas e interpretações ambíguas sobre aspectos importantes, como é o caso do índice de correção monetária do aluguel e sua periodicidade”, comentou. 

Lucas destaca que apesar do contrato verbal não impedir a negociação entre as partes, pode acabar tornando a situação mais difícil. “Como provar que locador e locatário, anos antes, concordaram que tal índice de correção monetária seria aplicado sobre aquele aluguel ou, ainda, que ele vinha sendo aplicado corretamente ou não?”, questionou.

Por isso, o especialista destaca a importância de procurar uma assessoria jurídica durante o processo de negociação e fechamento de contratos. “Muitas negociações entre locadores e locatários acabam travando por falha de comunicação, especialmente porque ambos estão ligados de forma muito íntima ao contrato. Não raramente, a intermediação de um advogado especialista na área faz com que sejam deixados de lado os interesses próprios e seja privilegiado o principal interesse comum, que é a manutenção de um contrato de forma sadia e economicamente viável para locadores e locatários” finalizou.
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