SAÚDE

Médicos de Pernambuco cobram segurança nos hospitais e abertura de leitos retaguarda e UTI adulto

Publicado em: 24/05/2023 17:00

Profissionais do Hospital Getúlio Vargas foram agredidos por familiares de um paciente no último fim de semana
 (Foto: Arquivo DP)
Profissionais do Hospital Getúlio Vargas foram agredidos por familiares de um paciente no último fim de semana (Foto: Arquivo DP)
O Simepe (Sindicato dos Médicos de Pernambuco) cobra, publicamente, ao Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), a abertura imediata de leitos de retaguarda e UTI adulto, para a retirada dos pacientes da urgência e emergência, que juntos atingem a um número três vezes superior ao da capacidade atual do Hospital Getúlio Vargas (HGV), bem como por meio da Secretaria de Defesa Social (SDS), para que também seja reativado o posto policial do equipamento de saúde. 

Neste último final de semana, o Sindicato revelou que a capacidade de pacientes no HGV chegou a 290, quando deveria ser de, em média, 80. A situação se agravou após a confirmação de casos do superfungo Candida auris, que fez com que as unidades de saúde em que os casos foram confirmados fossem interditadas até que sejam feitas três coletas negativas num intervalo de 72 horas.

A solicitação é que sejam abertos leitos de retaguarda para que pacientes com menor gravidade sejam encaminhados para atendimento na emergência para que possam fazer seus tratamentos ou até mesmo aguardar por uma cirurgia que não seja emergencial. Já aqueles que precisam de cirurgia de urgência eles pedem a abertura de UTIs adulto e não salas vermelhas, que são locais para onde muitos pacientes estão indo.

“O que a gente está vendo no Hospital Getúlio Vargas é uma coisa que a gente vê em todas as emergências. Uma superlotação. Que nesse final de semana foi agravado devido o fechamento de algumas unidades também de grande porte como os hospitais metropolitanos por problemas de infecção nesses serviços. Então a demanda que seria atendida lá ela está sendo distribuída para os demais (…) Então não tem mais aquele ambiente adequado. O número de equipamentos também já não é o suficiente porque ele está trabalhando com muito mais do que a condição de atender”, fala a secretária geral do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Claudia Beatriz Andrade. 

Outra situação compartilhada pelo Simepe é a de que médicos têm sofrido com atos de violência, agressões físicas e ameaças por parte de familiares revoltados e inconformados. Profissionais do Hospital Getúlio Vargas foram agredidos por familiares de um paciente também neste fim de semana. O Sindicato tomou conhecimento de que o posto policial que havia no Hospital Getúlio Vargas foi desativado há alguns anos, o que tem provocado nas equipes que atuam no local a sensação de falta de proteção. 

“Imagine um ambiente onde a tensão é tão grande que para passar entre uma maca e outra você quase cai por cima dos pacientes (…) isso leva a população a ficar revoltada, a ficar apreensiva, angustiada, estressada, e muitas vezes termina liberando raiva em cima daquele que está mais próximo. Aqueles que eles enxergam como o verdadeiro culpado, e a culpa não é dos profissionais. Aqui eu falo pela categoria médica, mas a gente também não pode fechar os olhos para todos os que estão envolvidos na assistência, tanto na urgência quanto na emergência”, indaga Claudia. 

A secretária geral do Sindicato comenta sobre as demandas principais para este momento. “O primeiro pedido é o apoio da Secretaria de Defesa Social com a colocação de postos policiais que já teve e foi retirado. A gente entende ser importante não só para a equipe, mas também para gestão e dos demais pacientes que estão lá (…) A gente está também pedindo a Secretaria de Saúde que também invista em um fluxo de acompanhantes, que exista critérios, porque imagine isso tudo com a ausência de um fluxo para entrada de e saída dos acompanhantes (…) inclusive enviamos ofício à Secretaria de Saúde pedindo um olhar focado nesse ambiente hospitalar já que não consegue tirar a superlotação pedimos para a gestão local a necessidade de orientação desse fluxo”, conclui. 

Na noite desta quarta-feira (24) será realizada uma assembleia geral para debater a segurança dos hospitais, a abertura de leitos, além da questão da reposição salarial, revisão do plano de cargos e carreiras, entre outros. 

Procurada, as Secretarias de Defesa Social e Estadual de Saúde ainda não responderam sobre a abertura dos leitos de retaguarda e de UTI adulto e nem a respeito da reativação do posto policial.

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