Lula se encontra com premiê australiano e fala sobre trabalhadores de app

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta sexta-feira (19/5), em Hiroshima, no Japão, com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, em sua primeira reunião bilateral da cúpula estendida do G7. O encontro tratou de meio ambiente e relações trabalhistas — especificamente sobre a situação de trabalhadores de aplicativo.

Os líderes conversaram sobre as preocupações causadas com as mudanças nas condições de trabalho, no momento em que o Brasil vem tentando implementar uma regulação para a classe. Na Austrália, foi definido um salário mínimo para trabalhadores de aplicativo.

Os dois, que são de origem trabalhista, repercutiram sobre o êxito da reforma trabalhista na Espanha, que obriga as empresas de entrega a abrir o algoritmo dos trabalhadores para deixar mais transparente a forma como o entregador é avaliado.

Durante a reunião, Lula destacou para o premiê australiano a ressurgência do Brasil nas relações internacionais em seu terceiro mandato, juntamente com a retomada das políticas sociais e obras de infraestrutura para retomar o crescimento econômico.

O presidente afirmou que uma de suas prioridades é reforçar a proteção do meio ambiente e da biodiversidade. E mencionou os investimentos australianos na produção de hidrogênio verde no estado do Ceará que, segundo ele, complementam a matriz energética brasileira.

Outro tema discutido foi a necessidade de ampliar as relações comerciais entre os dois países. Em 2022, o Brasil exportou US$ 732 milhões em produtos para a Austrália, e as importações no sentido inverso somaram US$ 2,67 bilhões, um volume total de US$ 3,4 bilhões em negócios.

Os principais produtos exportados foram equipamentos de construção, café e celulose. O carvão dominou a pauta de importações brasileiras vindo da Austrália, com 84% do volume total.

Ao final do encontro, Lula reforçou a Albanese que tem a intenção de conhecer a Austrália, e o premiê australiano o convidou para assistir à Copa do Mundo de futebol feminino em parceria com a Nova Zelândia, em julho.