MEMÓRIA

Emoção marca sepultamento do corpo de Luiz Maranhão Filho

Publicado em: 21/05/2023 19:07

Velório e sepultamento do corpo de Luiz Maranhão Filho foram marcados pelo resgate de sua intensa vida (Taylinne Barret/DP)
Velório e sepultamento do corpo de Luiz Maranhão Filho foram marcados pelo resgate de sua intensa vida (Taylinne Barret/DP)
“Luiz Maranhão Filho, presente!” A palavra de ordem ecoou no final da tarde deste domingo, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde foi sepultado o corpo do comunicador, radialista Luiz Beltrão Cavalcanti de Albuquerque Maranhão Filho, considerado uma referência do rádio no Brasil. “O que a gente leva dessa vida é a vida que a gente leva”, era a frase que costumava dizer e ficou na memória de um dos quatro filhos, Luiz Maranhão Neto, na tarde deste domingo. “Meu pai viveu essa vida freneticamente, intensamente, em tudo que ele fez, com a família, com os amigos, na profissão, no Jornalismo, no Direito, na arte de ensinar”, enfatizou. Aplausos e o “grito de guerra” do Náutico também marcaram a despedida.

Luiz Maranhão Filho fez história no Jornalismo, no Radialismo, na dramaturgia de Pernambuco, casado com Luzinete Maranhão, teve quatro filhos e netos. Faleceu na tarde do sábado, aos 90 anos, mas habita na memória e na saudade dos familiares e das pessoas com quem conviveu, incluindo estudantes que enaltecem sua dedicação e compromisso na formação de novas gerações. Um dos estudiosos mais respeitados do Brasil na área de  comunicação, com mais de 30 livros, também era graduado  e cursou mestrado em Direito e fez parte da primeira turma de doutorado de rádio e televisão na Universidade de São Paulo (USP). 

Referência no radialismo
Nascido no Recife, em 1º de janeiro de 1933, herdou do pai, Luiz Beltrão Cavalcanti de Albuquerque Maranhão, o nome e a vocação profissional, inclusive atuando juntos na Rádio Clube de Pernambuco, onde o então diretor de dramaturgia contava com o filho para interpretar vozes infantis nos radiodramas. “Comecei a ir para a Rádio Clube com mais ou menos 8 anos. Ia como meu pai [Luiz Maranhão]. Quando comecei a visitar a rádio, exercia a função do contrarregra. Eu fazia os ruídos nas novelas e ajudava a fazer sons de cavalo, de apito”, contou Luiz Maranhão Filho. Seu depoimento faz parte da série de reportagem “100 anos da Rádio Clube” (clique/toque aqui para ler), em outubro de 2018. A defesa do pioneirismo da Rádio Clube era irredutível para Luiz Maranhão filho, como enfatizou numa entrevista à Rádio Frei Caneca, em 2020 (clique/toque aqui para ler).
No Jornalismo, os primeiros passos de Luiz Maranhão Filho ocorreram em 1940.

Repórter do Diario de Pernambuco, escrevia crônicas e críticas sobre rádio e teatro, e também no Jornal do Commercio (1956), no Diário da Borborema, da Paraíba (1964) e no Diário Carioca, do Rio de Janeiro (1965). No radialismo, participou da criação e trabalhou no Núcleo de TV e Rádio Universitárias de Pernambuco (UFPE), bem como também atuou na Rádio Tamandaré, Rádio Jornal do Commercio, Rádio  Continental. Foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador do maior Congresso de Comunicação do Brasil, o Intercom, com passagens por emissoras universitárias, por rádios e TVs na Bahia, Rio de Janeiro, além de Pernambuco. Entre as premiações alcançadas na carreira está o Prêmio Roquette Pinto, da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1988, pelo livro “Memória do Rádio”.

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