INVESTIGAÇÃO

Cid presta depoimento à PF durante duas horas sobre as joias sauditas

Publicado em: 22/05/2023 18:49 | Atualizado em: 22/05/2023 20:48

 (Foto: Reprodução / Alan Santos / PR / Divulgação)
Foto: Reprodução / Alan Santos / PR / Divulgação
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de duas horas, na tarde desta segunda-feira (22). Ele, que está preso em Brasília, foi ouvido por videoconferência pela equipe da corporação em São Paulo que apura a entrada de jóias sauditas no Brasil. O inquérito investiga as tentativas de retirar as pedras preciosas que foram apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, Cid respondeu a todos os questionamentos, diferentemente do que aconteceu na semana passada, quando ele decidiu ficar calado ao depor, no âmbito de um outro inquérito, que apura a falsificação de informações do cartão de vacinas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de familiares.

De acordo com as investigações, Cid foi até o posto da Receita tentar liberar as jóias. Na ocasião, os fiscais foram informados que o material seria destinado à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As tentativas de liberar o material sem o pagamento de impostos começaram ainda no dia da apreensão, em 26 de outubro de 2021, quando o então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, e seu assessor Marcos André Soeiro, chegaram ao Aeroporto de Guarulhos com as jóias.

As pedras preciosas estavam na mochila de Soeiro. Após ter os itens barrados na alfândega, Albuquerque teria voltado e tentado liberar o colar e os brincos cravejados de diamantes. Ele chegou a dizer que eram presentes do governo saudita.

As investigações apontam que as tentativas se intensificaram no final do ano passado, quando a gestão de Bolsonaro estava prestes a acabar. Neste período, foi constatado o envolvimento pessoal do ex-presidente para tentar a liberação. Foi então que Cid entrou em cena e foi enviado para tentar viabilizar a liberação sem que as jóias fossem incorporadas ao patrimônio da União.

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