LITORAL PERNAMBUCANO

Porta-aviões São Paulo tem "severa degradação das condições de flutuabilidade e estabilidade", informa Marinha

Publicado em: 20/01/2023 11:08

Segundo a Marinha do Brasil, a empresa proprietária do casco do ex-Navio Aeródromo não adotou providências necessárias  (Reprodução/Marinha)
Segundo a Marinha do Brasil, a empresa proprietária do casco do ex-Navio Aeródromo não adotou providências necessárias (Reprodução/Marinha)
O Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil divulgou uma nota, nesta sexta-feira (20), sobre o caso do Porta Aviões São Paulo, proibido pela Justiça de Pernambuco de ser abandonado no litoral do Estado. O navio também havia sido proibido de se movimentar em direção às águas internacionais sem autorização do Ibama ou da Marinha do Brasil, no entanto, segundo fonte extraoficial, começou a se movimentar na última quinta-feira (19). 

Segundo a nota, a empresa Sök Denizcilik Tic Sti (Sök), proprietária do casco do ex-Navio Aeródromo (NAe) São Paulo "não adotou as providências necessárias para a manutenção do casco em segurança, em área marítima indicada, situada a 24 milhas náuticas (cerca de 46 km) da costa brasileira, fora do Mar Territorial, após determinação a Autoridade Marítima Brasileira (AMB).

A Marinha ainda informou que realizou inspeção pericial no casco e foi constatada "uma severa degradação das condições de flutuabilidade e estabilidade", além do casco não possuir cobertura do Seguro P&I (Protection and Indemnity – proteção e indenização), nem contrato atracação e reparo, ambos de responsabilidade da empresa Sök, conforme a nota. 

Confira outro trecho do material divulgado pela Marinha: 

"Acrescenta-se, ainda, a interrupção do pagamento à empresa contratada para realizar o reboque desde o mês de novembro de 2022. Dessa forma, a AMB determinou maior afastamento do comboio (rebocador conectado ao casco) da costa, para região com maior profundidade; e a designação da Fragata “União” e do Navio de Apoio Oceânico “Purus” para realizar o acompanhamento do reboque. 
Por fim, com o propósito de garantir a segurança da navegação e a prevenção da poluição ambiental na costa brasileira e seus portos, a AMB, dadas as condições em que o casco se encontra, não autorizará a aproximação deste de águas interiores ou terminais portuários, em face do elevado risco que representa, com possibilidade de encalhe, afundamento ou interdição do canal de acesso a porto nacional, com prejuízos de ordem logística, operacional e econômica ao Estado brasileiro". 
 
Todo o imbróglio começou em outubro do ano passado, quando o navio chevou no litoral pernambucano e a Agência Pernambucana do Meio Ambiente emitiu um laudo proibindo a atracação do porta-aviões que contém cerca de 9 mil toneladas de amianto e materiais derivados em sua estrutura, substância considerada altamente tóxica.  

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