CARNAVAL 2023

Amantes de Glória de volta à folia de Momo

O Bloco faz prévia verde e branco, no dia 4 de fevereiro, no bairro da Boa Vista

Publicado em: 21/01/2023 11:24 | Atualizado em: 21/01/2023 11:23

 (Foto: REPRODUÇÃO DO INSTAGRAM)
Foto: REPRODUÇÃO DO INSTAGRAM
No retorno do carnaval, festa mais amada pelos pernambucanos, um dos principais blocos do Recife, o Amantes de Glória, volta, no dia 4 de fevereiro, às ruas do bairro da Boa Vista, região central do Recife. A prévia verde e branco retorna depois de dois anos de hiato, por conta das restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
 
A concentração da festa está marcada para as 12h, na Praça Maciel Pinheiro, e terá a animação da orquestra de frevo do Maestro Lessa, durante o trajeto. O percurso, como todo folião que já saiu no bloco, um dos queridos dos moderninhos recifenses, já sabe, é aleatório. Sempre muda. Por isso o bordão: “siga o estandarte”. 

Neste sábado (21/01), o Amantes de Glória vai realizar um evento no Ôro Cozinha Garimpo, no Mercado da Encruzilhada, com a realização de uma rifa, visando arrecadar recursos, para ajudar a pagar os custos do carnaval. Na ocasião, haverá também o ensaio da Orquestra do Maestro Lessa, que acompanha o bloco.

Os Amantes de Glória saem há 27 anos no carnaval recifense. O retorno deste ano é aguardado por muitos “Passamos dois anos sem carnaval, agora o pessoal está fissurado, estamos loucos por carnaval e vamos fazer uma grande folia, com a orquestra do nosso querido Lessa e com nossa animação. E com as ruas do Recife como cenário”, disse o diretor e cofundador  do bloco, César Maia.
 
Mesmo após se tornar um grande bloco, os Amantes permanecem próximos às raízes de seu improviso carnavalesco, sem objetivos comerciais. A organização é feita como bloco de rua, levando frevo por onde passa, sem ajuda de dinheiro público ou privado “Fazemos isso na raça, não queremos depender de ninguém. Então a gente faz com que o bloco aconteça. Às vezes realizamos festa fechada, mas a festa que gostamos é a de rua. E quando falta dinheiro, os próprios integrantes ajudam. Queremos que o Glória esteja sempre livre, sem vínculos, devendo somente ao carnaval e à folia.” O improviso se sente também nas vestes dos participantes: cada um faz a sua, da sua maneira, do jeito que dá, desde que tenha verde e branco, claro.
 
Para manter esse espírito anárquico, os Amantes de Glória improvisam contribuições, inclusive durante a pandemia, já que a orquestra foi paga mesmo sem ter desfiles, para ajudar os músicos naquele momento tão difícil. 
 
O bloco surgiu em 1996, com um grupo de estudantes da Universidade Católitca, que se reunia sempre às segundas-feiras para beber e colocar o papo em dia. Às vezes, iam ao cinema, o antigo Veneza, no Centro. No ano seguinte, surgiu o bloco. Por isso sempre sai na segunda de carnaval, para relembrar aquela amizade que virou explosão carnavalesca.
 
O bloco possui uma característica curiosa: há uma “monarquia anárquica democrática”, em que Paulo Aguiar (o criador da ideia toda) e Marinita Neves, são rei e rainha, nunca destronados. Sobre o nome, um mistério que ninguém revela. Alguns dizem que Glória seria uma personagem de um filme espanhol. Outros, que a moça realmente existia, era linda e tinha a paixão de todos os integrantes originais. No estandarte, é retratada como uma deusa. Na hora da folia, cada um escolhe a sua.

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