CPI DA COVID

Na CPI, Heinze acusa G7 de agir por 'interesses políticos e econômicos'

Publicado em: 22/09/2021 13:07

 (foto: Agência Senado)
foto: Agência Senado
O senador governista Luis Carlos Heinze (PP-RS) levantou algumas polêmicas na sessão desta quarta-feira (22) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O parlamentar defendeu o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e acusou o G7 de 'interesses políticos e econômicos'. 
 
A declaração do ministro aconteceu depois dos questionamentos feitos por Simone Tebet. "A senhora falou diversas inverdades. Precisa rever os contratos", disse o ministro para Tebet. "O senhor pode falar que eu falei inverdades, mas me mandar reler os contratos não pode. Me respeite! Sou senadora da República", respondeu Simone. Em seguida, Rosário acusou Simone. "A senhora está totalmente descontrolada."  A fala gerou uma comoção dos senadores e a sessão foi encerrada.

Heinze se solidarizou com a senadora, mas justificou a atitude de Rosário. “Primeiro a minha solidariedade à senadora Simone, não concordo com a fala do Wagner da forma que ele atacou a senadora. Mas desde de manhã esse moço vinha sendo atacado, várias vezes o senador Renan o chamou de mentiroso e está gravado”, afirmou.

Ele ainda acusou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de mentir na CPI. “O senhor também mentiu, senador Renan. Falou ontem que as manifestações de 7 de setembro não tinham mais de 30 mil pessoas”, disse.

Renan rebateu: “Isso é tão ridículo que não merece nem uma resposta”. Heinze continuou: “Não é ridículo não. Só em Brasília tinha mais de 400 mil pessoas e assim no Brasil inteiro. Vossa excelência não fala o que não viu.”

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) interrompeu o colega. “Senador, por gentileza, respeite as mulheres. Por que ele só desabafou com a senadora Simone? Por que ele não me chamou de descontrolado?”, questionou.

O governista respondeu e ainda citou o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Eu já me desculpei, não estou falando nesse aspecto e estou contextualizando. A própria fala do presidente ele falou o que o Brasil gostaria de ouvir e no dia 7 de setembro o Brasil foi às ruas. Ele falou as verdades do Brasil e é um país diferente. Estou há 20 anos como deputado e 2 anos como senador. O que eu estou vendo neste governo não vi em governo anteriores. Cenas de corrupção explícitas que aconteceram em governos passados e que não existem nesse.”

“Tudo que está acontecendo aqui são narrativas para achar provas de corrupção. Esse moço ontem foi chamado de moleque, vagabundo e tudo mais. Ele errou naquele instante, mas desde manhã estava respondendo às indagações feitas aqui”, acrescentou Heinze.

Ele também acusou os colegas do G7, grupo de senadores da oposição, de agirem por interesses. “Essa CPI está assassinando reputações de cientistas. Essa empresa que está aqui hoje por interesses outros. É uma questão importante que vossas excelências desqualificam cientistas e pesquisas e não querem o debate”, ataca.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), questionou: “Quais são os outros interesses que está dizendo? O senhor acha que o diretor de uma empresa está aqui porque queremos prejudicar por quais interesses?”. Heinze respondeu: “Interesses políticos, lucro, arrogância e medo. Essa é a questão de um tratamento que vossas excelências não admitem. Palavra de um candidato a prêmio Nobel da Paz, doutor Zelenko. Interesses políticos, econômicos, lucro da Big Farma que parece que vocês estão defendendo”, afirmou.

Omar Aziz defendeu o grupo das acusações. “Senador Heinze o senhor está sendo irresponsável. Eu não sei nem o que é Big Farma. Com todo respeito que tenho pelo senhor, mas dizer que senadores estão defendendo uma empresa é demais. Não faça isso.”

Nesta quarta-feira (22) a CPI ouve o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior. Segundo denúncias apresentadas à integrantes da comissão, existe uma possível pressão para que os médicos conveniados prescrevessem o tratamento precoce para Covid-19, sem eficácia comprovada, e pacientes que teriam sido assediados para aceitar os medicamentos.
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