CPI DA COVID
Diretor da Prevent Senior na CPI: ex-médicos manipularam dados
Publicado em: 22/09/2021 13:20
foto: Agência Senado |
O diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, afirmou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quarta-feira (22) que ex-funcionários manipularam dados de pacientes da empresa. O colegiado investiga se o plano de saúde ocultou mortes de pacientes em estudo realizado para testar o tratamento precoce da Covid-19, sem comprovação científica.
A Comissão recebeu denúncias com uma série de irregularidades elaboradas por médicos e ex-médicos da Prevent. O documento informa que a disseminação da cloroquina e outras medicações ineficazes contra o novo coronavírus foi resultado de um acordo entre o governo Jair Bolsonaro (sem partido) e a Prevent.
No estudo, segundo as denúncias, nove pacientes morreram, mas os autores só mencionaram duas mortes. Bolsonaro enalteceu a pesquisa, como exemplo de sucesso do uso da hidroxicloroquina, e divulgou o resultado sem mencionar as mortes de pacientes que tomaram o medicamento.
Na CPI, Pedro Benedito Batista Júnior alegou que essas denúncias apresentam dados manipulados pelos ex-funcionários. Segundo o executivo, o documento sobre a prescrição da cloroquina falava de acompanhamento médico de 636 pacientes entre 26 de março de 2020 e 4 de abril de 2020. As sete mortes supostamente omitidas, ainda de acordo com ele, ocorreram após esse período.
“Esses fatos aconteceram porque o casal George Joppert Netto e Andressa Fernandes Joppert, ex-médicos da Prevent, desligados em junho de 2020, manipularam dados de uma planilha interna, que era planilha de acompanhamento de pacientes para tentar comprometer a operadora”, afirmou o diretor.
“Eles passaram a acessar e editar o referido arquivo culminado no compartilhamento da planilha com a advogada Bruna Morato”, acrescentou.