Crítica

'No momento o Brasil não precisa de uma aliança da esquerda', diz Ciro Gomes

Publicado em: 16/09/2019 22:37 | Atualizado em: 16/09/2019 22:56

Foto: Ramon Lisboa/EM (Foto: Ramon Lisboa/EM)
Foto: Ramon Lisboa/EM (Foto: Ramon Lisboa/EM)
Ex-ministro do governo Lula e terceiro colocado na eleição de 2018, Ciro Gomes (PDT) mantém duras críticas às lideranças do PT durante suas agendas pelo Brasil e aposta na conquista de eleitores que não concordam com medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

Na noite desta segunda-feira (16), o pedetista participou da aula “Como Resistir em Tempos de Ódio”, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, ao lado da professora Duda Salabert – recém filiada ao PDT – e analisou que uma união entre os partidos da esquerda não será suficiente para vencer futuras eleições no Brasil.
 
“O Brasil não precisa neste momento de uma aliança da esquerda. Porque essa aliança é muito pequena à luz do que está acontecendo hoje no país. Temos que ter humildade de olhar para nós mesmos e ver onde erramos”, avaliou Ciro.

O ex-governador do Ceará faz um cálculo matemático para descartar uma aliança com outros partidos progressistas em busca de espaço político e afirma que é preciso conquistar os eleitores de outros campos políticos para ter chances de vencer eleições.

“Pode ser que o PT ache que 70% do eleitorado em Minas Gerais é fascista. Foi essa a proporção que Bolsonaro teve aqui na eleição. Eu não acho isso. Nosso problema não é ser esquerda ou direita, mas é o PT em uma grave crise. Ao invés de ter um pouco de humildade, de ouvir o povo, de ouvir os velhos companheiros de longuíssima data, eles sobem no sapato da arrogância e querem se impor ao povo”, analisa Ciro.

“Deterioração precoce”
O pedetista criticou a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, que considerou um “desastre” e disse que até a eleição de 2022 o país passará por momentos turbulentos e confusos, principalmente por causa de equívocos do governo Bolsonaro. 

Ciro Gomes aponta o aumento da rejeição ao presidente Bolsonaro logo no primeiro ano de governo como indício de que a paciência da população se esgotou com a atual gestão.

“O Brasil está desesperado pelos problemas socioeconômicos que esmagam nosso povo. São 14 milhões de desempregados e 42 milhões de brasileiros na informalidade. O Brasil vai passar por momentos graves e confusos. É muito precoce a deterioração da confiança do povo no recém-empossado governo. Normalmente a maioria das pessoas, após a eleição espera para ver se o governo acerta, uma espécie de boa vontade. Bolsonaro está queimando isso em velocidade que nunca vi. Inteirou oito meses e tem rejeição de 38%”, afirmou Ciro.
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