Solicitação

Vereador do Rio chamado de 'fofinho' pede apuração sobre Carlos Bolsonaro

Por: FolhaPress

Publicado em: 27/06/2019 22:06

Foto: Reprodução/Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)
Foto: Reprodução/Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)
Um dia após ser chamado de "fofinho" pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) no plenário da Câmara Municipal do Rio, o vereador Tarcísio Motta (PSOL) quer levar o filho do presidente Jair Bolsonaro ao Conselho de Ética da Casa.

O motivo da representação de Tarcísio são as suspeitas de que Carlos empregou funcionários fantasmas em seu gabinete. Para que o requerimento de processo disciplinar seja instaurado, ele precisa da assinatura de 21 dos 51 vereadores.

O pedido ocorreu nesta quinta-feira (27), um dia após o bate-boca entre o filho do presidente e o vereador do PSOL.

A discussão no plenário começou após o vereador Reimont (PT) cobrar uma explicação da Presidência sobre o militar da comitiva de Jair Bolsonaro preso com 39 kg de cocaína na Espanha.

"Seria muito leviano da minha parte culpar a Presidência da República. Mas seria omissão não exigir que a Presidência explique os fatos", disse o petista.

Carlos pediu a palavra e criticou a fala de Reimont. No discurso, chamou o vereador de "zero à esquerda" e de "cabeça de balão".

Neste momento, Tarcísio gritou pedindo respeito. O filho do presidente respondeu: "Respeito o cacete. Eu respeito quem eu quiser. E você tem que ir para a Venezuela fazer um regime porque está muito gordinho, tá bom?".

Tarcísio tentou interromper a fala de Carlos pedindo questão de ordem, no que o vereador do PSC respondeu: "Relaxa, fofinho! Relaxa, fofinho!".

O vereador do PSOL se voltou para o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), e reagiu. "Eu não vou aceitar, não vou aceitar ser chamado de fofinho, o senhor recomponha-se!"

O emedebista determinou que as palavras de "baixo calão" proferidas por Carlos deveriam ser retiradas das notas da Casa. O filho do presidente criticou.

"Se tem um vereador na minha frente que acusa meu pai, presidente da República de traficante de drogas, e o senhor vem falar pra mim que quer retirar as minhas palavras de baixo calão? Acho que o senhor não está sendo justo, com todo o respeito", disse Carlos, ignorando o fato de que ninguém havia chamado o presidente de traficante.

Essa foi a segunda vez que Carlos usou o microfone da Câmara para discursar. A primeira, na semana passada, também foi para defender o pai num ponto da reforma da Previdência e criticar o "proselitismo" de outro vereador na crítica sobre o tema.

O requerimento de Tarcísio não menciona a discussão, embora apresentada no dia seguinte ao bate-boca. Ele afirma que as suspeitas apontadas pela imprensa de funcionários fantasmas no gabinete do vereador do PSC são "incompatíveis com o decoro parlamentar e configuram, em tese, crimes de peculato e falsidade ideológica, ilícitos administrativos e eleitorais, bem como improbidade administrativa".

Em abril, a Folha de S.Paulo revelou que Carlos empregou uma idosa que nega ter trabalhado para ele. Em maio, o jornal mostrou novo caso suspeito, mostrando que a babá do filho da ex-mulher de Jair Bolsonaro ficou lotada no gabinete do vereador por 18 anos.

Carlos Bolsonaro respondeu por suas redes sociais: "O PSOL, braço do PT, entrará no conselho de ética alegando eu ter funcionários fantasmas baseados em notícias de jornal. Terão que provar! O regimento interno, a lei orgânica e fatos reais são soberanos. Eles sabem disso! Bastaria se informar! Próxima!".
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