Abandono

Moradores do Conjunto Muribeca se encontram para definir ações após novas demolições

Publicado em: 27/06/2019 17:57 | Atualizado em: 27/06/2019 19:32

Raphael Martins/Arquivo DP Foto.
Por determinação da Justiça Federal, da 5ª Vara de Pernambuco as demolições voltaram a acontecer, mas ainda não há definições se os antigos moradores receberão indenização ou terão suas moradias reconstruídas. Na opinião do movimento Somos Todos Muribeca, “as demolições só deveria acontecer depois que houvesse essa definição e se for haver indenização, de quanto será o valor e quando será pago. A gente fica um pouco triste porque a gente não sabe o que vai acontecer na área, mas a gente está lutando para que a Muribeca renasça das cinzas e para que aqueles que querem voltar para o bairro tenham essa oportunidade”, afirma Marcelo Trindade, membro do grupo. A comunidade realizará assembleia nesta quinta-feira (27), às 19h30 na Escola Edson Moury Fernandes para tratar do assunto.

Há sete meses os moradores vêm sendo assessorados pela Cooperativa Arquitetura Urbanismo e Sociedade, que vem realizando estudos para demonstrar a viabilidade de construção na localidade. Manoela Jordão, arquiteta e urbanista do grupo afirma que já foram realizados “um levantamento topográfico com o método Estação Total e um sobrevoo de drone, levantando material para o geoprocessamento da situação do conjunto”. Os dados obtidos preliminarmente, sob supervisão do geógrafo Diogo Galvão contrariam estudos de macrodrenagem de 2016 que concluía que o terreno não era propício à construção por ser alagadiço. 

Segundo os advogados do Centro Popular de Direitos Humanos, que também acompanham o caso desde 2014, “Os moradores que assim desejarem podem, ao final das demolições, voltar a morar em suas casas e buscarem na justiça regularização da posse da terra.Trata-se de uma área Zeis (Zona Especial de Interesse Social), ou seja, o direito à moradia deve ser priorizado na Muribeca”, conclui Stélio Cavalcanti, advogado popular. 
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