Taxa

Banco Central reduz para 0,8% previsão de alta do PIB em 2019

Publicado em: 27/06/2019 21:48

Foto: Arquivo/Agência Brasil (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Foto: Arquivo/Agência Brasil (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
O Banco Central reduziu sua projeção de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2019 para 0,8%, de uma estimativa anterior em março de expansão de 2,0%.

No relatório trimestral de inflação divulgado nesta quinta (27), a autoridade monetária atribuiu a mudança à retração da atividade no primeiro trimestre e à ausência de sinais nítidos de recuperação nos primeiros indicadores divulgados para o segundo trimestre.

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) também reduziu a projeção de crescimento de 2% para 0,8%.

Com a redução da projeção, o BC segue a leitura do mercado, que vem repetidamente revisando para baixo seu cenário para a economia. A mais recente pesquisa Focus, feita pelo BC com economistas, aponta um crescimento de 0,87% no ano.

Itaú e Bradesco também projetaram crescimento de 0,8% nas suas mais recentes previsões.

Se confirmado, o crescimento representará uma queda em relação ao desempenho de 2017 e 2018, anos em que o país cresceu 1,1%.

O BC citou o recuo dos indicadores de confiança de empresas e consumidores, destacando os impactos sobre as perspectivas de investimento e de consumo, e salientou que a economia segue operando com elevado nível de ociosidade dos fatores de produção.

A expectativa do BC para a indústria em 2019 foi reduzida a um crescimento de apenas 0,2%, de 1,8% antes, sob reflexo do recuos nas expectativas de crescimento para todos os segmentos do setor, exceto produção e distribuição de eletricidade, gás e água.

O setor de serviços também teve seu cenário piorado, a um crescimento de 1% sobre 2% em março. Por outro lado, o BC praticamente manteve as expectativas para a agropecuária, vendo expansão de 1,1% em 2019 de 1,0% antes.

No relatório, o BC ainda manteve suas projeções para a inflação em relação ao divulgado na mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Em cenário que considera trajetórias de juros e câmbio previstas pelo mercado, o BC vê inflação de 3,6% em 2019 e de 3,9% em 2020.

As metas para o ano são de 4,25% e 4%, respectivamente, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em cenário que considera juros e câmbio constantes, a estimativa é de inflação de 3,6% em 2019 e de 3,7% em 2020.

O BC reiterou avaliação da ata do Copom de que o cenário básico de inflação aponta que o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado e que eventual frustração das expectativas para reformas pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação.

"O comitê avalia que o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, mas entende que, neste momento, o risco [para as reformas] é preponderante", reforçou o BC no relatório.

Na mais recente reunião do Copom, na semana passada, o colegiado deixou a taxa de juros inalterada em 6,5% ao ano.
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