ALAGOAS

Risco de colapso: entenda estado de emergência declarado em Maceió

A capital alagoana registrou intensificação de atividades sísmicas e afundamento do solo em regiões de mineração controladas pela Braskem

Publicado em: 01/12/2023 11:12 | Atualizado em: 01/12/2023 11:15

Moradores foram realocados para abrigos provisórios em escolas públicas de Maceió (Crédito: Thony Nunes/Ascom Semed)
Moradores foram realocados para abrigos provisórios em escolas públicas de Maceió (Crédito: Thony Nunes/Ascom Semed)

O risco de colapso em uma mina de extração de sal-gema em Maceió deixou moradores e autoridades locais em alerta. A região está em monitoramento desde quarta-feira (29/11), quando a prefeitura municipal decretou estado de emergência por 180 dias na cidade alagoana. 

 

A região das minas de extração de sal-gema da empresa Braskem foram apontadas como causadoras de rachaduras e afundamento do solo próximo às instalações, causando tensão e prejuízos a moradores, que chegaram a abandonar mais de 14 mil imóveis em cinco bairros inteiros desde 2019, quando as rachaduras começaram a ruir residências no local. As minas consistem em espécies de cavernas abertas para a extração de sal-gema.

 

Desde o diagnóstico, feito pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), algumas das minas entraram em processo de fechamento. No entanto, o processo foi interrompido após novos tremores serem registrados no local. 

 

Segundo a Defesa Civil de Maceió, no último mês, o bairro Mutange, onde está a mina 18 da Braskem, registrou aumento nas atividades sísmicas. Desde então, autoridades estudaram o local e, agora, constataram que há risco de colapso na mina. Se isso ocorrer, a região que está acima da mina pode ser engolida em um afundamento de terra.

 

O local já foi desocupado e a Defesa recomenda que embarcações e pessoas evitem transitar nas proximidades. Seis escolas da rede pública de Maceió foram equipadas para abrigar pessoas que tiveram de sair de suas residências; mais três instituições de ensino estão de sobreaviso. Os locais também vão abrigar animais de estimação.

 

Devido ao risco, a Prefeitura de Maceió criou um Gabinete de Crise para acompanhar a situação e publicar boletins atualizados. A equipe está em comunicação direta com a força-tarefa dos bairros afundados, que tem representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPAL), Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE), além dos comandos da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Polícia Militar de Alagoas (PMAL), Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Equatorial Energia Alagoas e Algás.

 

A Secretaria de Saúde do município também suspendeu o ponto facultativo da sexta-feira (1º/12), que foi dado por conta do feriado do Dia do Evangélico, comemorado nesta quinta-feira (30/11). Desta forma, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) vão funcionar normalmente na data.

 

Em nota, a Braskem afirma que está monitorando a situação da mina 18 e que trabalha, desde a noite de quarta-feira (29/11), no apoio à realocação emergencial. Segundo a petroquímica, 99,3% dos imóveis estão desocupados.

 

As informações são do Correio Braziliense. 

 

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.