ASSEMBLÉIA DA ONU
Turquia garante intensificar diplomacia para o fim da guerra na Ucrânia
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu também que vai continuar a lutar pela prorrogação do acordo de cereais, suspenso por Moscou e que tem impedido o envio de grãos para várias partes do mundo
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 19/09/2023 17:30
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Erdogan defendeu uma nova agenda para a paz (Foto: Arquivo/AFP) |
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se comprometeu na Assembléia Geral da ONU a intensificar os esforços diplomáticos para acabar com a guerra na Ucrânia. "Desde o início da guerra russo-ucraniana, temos tentado manter os nossos amigos russos e ucranianos na mesa de negociações, com a ideia de que não haverá vencedores na guerra nem perdedores na paz", afirmou Erdogan.
Erdogan defendeu uma nova agenda para a paz e garantiu também que vai continuar a lutar pela prorrogação do acordo de cereais, suspenso por Moscou e que tem impedido o envio de grãos para várias partes do mundo. "Já conseguimos que 33 milhões de toneladas de cereais fossem exportados através do Mar Negro para os países mais necessitados e queremos que as duas partes se sentem à mesa para que se possa continuar com o processo", acrescentou.
O chefe de Estado da Turquia ainda pediu uma nova ordem mundial, que deverá começar com a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, composta por China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, pois já não reflete a realidade do século XXI.
No entanto, o líder turco não fez qualquer menção às suas relações com os EUA ou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), mas, sem referir ao nome do país, Suécia, denunciou que há Estados que estão brincando com fogo. "Somos o país que mais combateu contra o grupo do Estado Islâmico e estamos fartos desse conflito que tem se alastrado no Médio Oriente, o Norte de África, ao Sahel e à Síria. Estamos também fartos da hipocrisia de alguns países que continuam a aprofundar o incitamento ao ódio e atos de racismo, promovendo a islamofobia", argumentou.
Enquanto isso, Ancara bloqueia a adesão da Suécia na OTAN por considerar que Estocolmo apoia o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (considerado um grupo terrorista por Istambul), criticando também o fato de alguns extremistas queimarem em público na capital sueca o livro sagrado do Islã, o Corão.
O presidente da Turquia também "exigiu" o fim do conflito entre Israel e palestinos e defendeu a solução de dois Estados independentes. "Enquanto a Palestina não for um Estado independente, Israel não vai ter paz", apontou.
Para finalizar, pediu o reconhecimento internacional dos Estados-membros da ONU, da República Turca do Norte do Chipre.