Suspeito de matar dois policiais militares era atirador esportivo

Governadora Raquel Lyra se solidarizou com a morte dos policias e disse que a SDS investigará o caso de toddos os oito assassinatos de hoje (Foto: Rafael Vieira/DP)

O homem que matou dois policiais militares em Camaragibe, nesta sexta-feira (15), não tinha antecedentes criminais e era um atirador esportivo, com arma registrada. "Alex Silva não era investigado, não havia sido preso antes, tinha carteira de trabalho assinada e sem antecedentes", afirmou o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho. Alex foi o estopim explosivo para uma madrugada e manhã de terror em Camaragibe, que terminou com oito mortes: além dos policiais, o próprio atirador foi morto em confronto com policias, pela manhã. Antes, cinco parentes dele foram executados por homens encapuzados, tendo uma dessas ações sido filmada ao vivo, em uma transmissão no Instagram.

A espiral de violência começou na madrugada, depois que a Polícia foi acionada em razão de um tumulto, com som alto e disparos de armas, no bairro de Tabatinga, em Camaragibe. A PM foi recebida com tiros. O soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos, e o cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos, foram baleados na cabeça e morreram.

Logo, outras mortes aconteceram, todas supostamente relacionadas ao crime. Morreram horas depois, com características de execução, Maria José Pereira da Silva (mãe de Alex); Ágata Ayanne da Silva, de 30 anos (irmã); Amerson Juliano da Silva, 25 (irmão) e Apuynã Lucas da Silva, 25 (irmão). Alex foi morto pela manhã, em confronto com policiais, ao tentar se esconder numa mata próximo ao bairro onde houve o confronto inicial.

De acordo com o secretário, todas as mortes serão devidamente investigadas: "Na manhã desta sexta-feira, começamos a reunir peças e vimos que três irmãos do suspeito de ser o autor do crime aos policiais, o Alex Silva, foram mortos. Também foram encontrados os corpos de duas mulheres em um canavial em Paudalho; uma delas estava com documento e constatou-se ser a mãe do Alex, a outra não trazia documento. Populares disseram se tratar da esposa do Alex". Essa última, a oitava morte de Camaragibe.

Para ele, "todas as hipóteses sobre os assassinatos serão analisadas". Entre as dúvidas, se há outros atiradores envolvidos na morte dos policias, já que os tiros partiram da laje de uma construção.

Cerco
As investigações policiais começaram logo após o crime dos PMs. De acordo com o secretário da Defesa Social, durante a manhã foi descoberto o paradeiro do atirador. "As investigações levaram à localização do Alex, que reagiu a tiros; ele atingiu três policiais militares, um tiro acertou no colete de um policial, a outra bala atingiu o braço do segundo policial e o terceiro policial foi atingido no pescoço, mas passa bem", disse o secretário, que confirmou que na ocasião Alex foi morto.

Todo o confronto deixou também dois inocentes gravemente feridos: uma jovem de 18 anos, grávida, baleada na cabeça, e um adolescente de 14 anos, que seria primo dela. Os nomes não foram revelados, mas ambos estão no Hospital da Restauração, no Derby. O rapaz está estável, mas o estado da gestante de sete meses é considerado grave.
Durante a coletiva, a governadora Raquel Lyra fez questão de se solidarizar "com familiares e amigos dos policiais Rodolfo e Eduardo", bem como ler o nome de todos os mortos e afirmar que o governo não medirá esforços na investigação. "Infelizmente, oito vidas foram ceifadas. A Polícia está investigando cada uma delas como são: crimes bárbaros, que aconteceram em nosso estado", declarou.

OUTRO ESTADO
Na quinta-feira (14), um policial militar pernambucano, que atuava no Rio Grande do Norte, também foi morto, ao reagir a uma tentativa de assalto, na saída de um restaurante, em Igarassu. A vítima foi Adyniel Ulisses, de 36 anos. Ele chegou a ser socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Igarassu, mas não resistiu. Dois homens foram presos, um deles levou um tiro de Adynei.

- Com reportagens de Mauricio Mellone e Aimé Kyrillos.