Em Pernambuco, Gleisi Hoffmann bate o pé e mantém críticas sobre o TSE

Durante coletiva de imprensa realizada no Hotel Jangadeiro, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, repetiu as críticas feitas à Justiça Eleitoral brasileira. 

Na ocasião, a deputada federal afirmou que a sua fala foi “retirada de contexto”, mas repetiu as críticas quanto à distribuição de recursos federais para o órgão. “Antes de mais nada, quero dizer aqui que em nenhum momento eu pedi o fim da justiça eleitoral, do TSE, apenas fiz apontamentos. Se os partidos podem ser criticados, porque a justiça não pode ser questionada também?”, pontuou Gleisi. 

Em seguida, continuou, pontuando que em momento algum se opôs ao exercício da democracia, mas que algumas questões precisam ser revistas. “Pontuei que o Brasil é um dos poucos países em que ainda existe justiça eleitoral, mas a minha fala foi retirada de contexto. A questão toda é: na divisão orçamentária, o TSE recebe algo em torno de R$ 10,7 bilhões, dez vezes mais do que todos os partidos recebem do fundo partidário, que tem acesso a R$ 1,2 bilhão. Outro ponto são as diversas multas impostas não só ao PT, mas a todos os partidos, em valores inexequíveis, os partidos sofrem muitos entraves”, reforçou.  

Sobre as críticas do ministro Alexandre de Moraes, Gleisi expressou que tem vontade de esclarecer melhor as críticas em diálogo com o magistrado, e apontou que “não sabe se ele teve a oportunidade de acompanhar a fala completa”, repetindo a tese de que foi mal compreendida em seu posicionamento. 

Entenda

Durante sessão da comissão especial da Câmara na última quarta-feira (20), a deputada federal Gleisi Hoffmann fez duras críticas à Justiça Eleitoral brasileira, representada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A fala não repercutiu bem entre os magistrados, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, emitiu uma nota de repúdio, afirmando que as críticas foram feitas por “fruto do total desconhecimento sobre a importância, estrutura, organização e funcionamento da Justiça Eleitoral”.

“Somos a única Democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional e não para agressões infundadas (...) A Justiça Eleitoral atua com competência e transparência, honrando sua histórica vocação de concretizar a Democracia e a autêntica coragem para lutar contra as forças que não acreditam no Estado Democrático de Direito e pretendem obstar que atue no sentido de garantir o cumprimento da Constituição Federal e da legislação”, diz a nota.