REINO UNIDO

Reino Unido é afetado pela maior greve em mais de uma década

Publicado em: 01/02/2023 13:02

 (Crédito: AFP)
Crédito: AFP
Nesta quarta-feira (1), o Reino Unido enfrenta uma greve pela reivindicação de melhores salários de várias categorias, entre elas, professores, trabalhadores dos transportes e guardas de fronteiras. Considerada a maior em mais de uma década, a manifestação
contará com a participação de aproximadamente meio milhão de trabalhadores. 

Também está previsto o fechamento ou o cancelamento de aulas em universidades, escolas primárias e secundárias. De acordo com o principal sindicato britânico dos professores, o National Education Union (NEU), este será o primeiro de sete dias de greve convocados, atingindo cerca de 23 mil escolas na Inglaterra e no País de Gales. O NEU recusou o aumento de 5% oferecido pelo executivo britânico, exigindo um valor acima da taxa de inflação, que desacelerou em dezembro para 10,5%, mas que permanece num dos níveis mais altos em 40 anos.

A expectativa é de que 100 mil funcionários públicos dos Ministérios da Saúde, Ambiente e Economia também deverão aderir à jornada de protesto. A paralisação deverá ainda ser sentida no setor dos transportes, que iniciaram as ações de contestação laboral no ano passado e que vão continuar na quinta e sexta-feira, e em diversos setores públicos. O Governo britânico já alertou os passageiros para tempos de espera mais longos no controle dos passaportes nos aeroportos e nos portos marítimos, apesar de ter mobilizado militares, outros funcionários públicos e voluntários para minimizar os potenciais atrasos. 

Além disso, na próxima semana estão previstas mais greves dos enfermeiros e equipes de ambulâncias. Já os bombeiros estão ainda decidindo sobre as datas das primeiras greves da profissão em 20 anos.

Em contrapartida, o primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, declarou que aumento dos salários resultaria numa subida dos impostos, o que quer evitar tendo em conta a crise do custo de vida. "Nada me daria mais prazer do que brandir uma varinha mágica. Há muitas coisas para levar em conta e não é um trabalho fácil", afirmou Rishi Sunak.

Enquanto isso, o Partido Conservador aprovou uma legislação que visa restringir a contestação laboral em alguns serviços considerados essenciais, como ambulâncias, bombeiros e comboios, exigindo a introdução de serviços mínimos. O nível de serviços mínimos será determinado pelo Governo e se os sindicatos não cumprirem podem ser processados e penalizados e os trabalhadores despedidos. Entretanto, a legislação ainda precisa passar pela Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico, o que deverá demorar muitos meses.

Por outro lado, os sindicatos contestam esta legislação, que nomearam de "anti-greves", e o Partido Trabalhista, a principal força política da oposição, prometeu revogar a lei se chegar ao poder.

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