Balança Rolha completa 40 anos de volta à Zona Sul

Ao longo de quatro décadas, o bloco Balança Rolha foi testemunha e protagonista das mudanças no carnaval do Recife. A agremiação, fundada por André Campos em 1983, completa 40 anos de história como uma das mais tradicionais da cidade e fôlego para muito mais. Hoje, é comandada, além de por Campos, pelos amigos André Cavalcanti e Elias Cabuzz.  Já em seus primeiros desfiles, sempre saindo no pré-carnaval, o bloco levantava a poeira da Avenida Boa Viagem, arrastando foliões. Alguns anos depois, já reconhecido no carnaval recifense, foi convidado para participar da segunda edição do Recifolia, em 1995. Com inspiração nos trios elétricos de Salvador, o Balança, como é carinhosamente chamado, foi o primeiro da semana pré-carnaval a desfilar com cordão de isolamento. A estreia foi com o pé direito, convidando o cantor Ricardo Chaves, dono do hit daquele ano, "É o Bicho". 

 

No ano seguinte, escalaram a Banda Eva, ainda no início da carreira, e foi sucesso absoluto, até o ano 2000. Já na Semana Pré-Carnavalesca, trouxe Araketu, Márcia Freire (Cheiro de Amor), Alceu Valença, André Rio, Timbalada, Marrom Brasileiro, Daniela Mercury, Almir Rouche e outros artistas. Foi peça fundamental, portanto, da folia de momo recifense. 

 

"Hoje em dia é impensável um carnaval naqueles moldes. O público desaprendeu a lidar com o cordão de isolamento. Naquela época, as pessoas entendiam que quem estava dentro estava pagando para os artistas estarem ali, para que todos pudessem ver as bandas. Sem os pagantes, não haveria o evento", disse André Cavalcanti, atual presidente. 

 

Com o fim do Recifolia, no início dos anos 2000, o Balança voltou para a rua. Uma das marcas registradas do bloco é trazer grandes nomes nacionais. Entre os artistas que já se apresentaram, Alceu Valença e Timbalada. "Sempre tivemos a preocupação de trazer as melhores bandas e cantores para os desfiles. Um dos momentos inesquecíveis foi ter Ivete Sangalo e Reginaldo Rossi cantando juntos em nosso trio", relembrou Campos. 

 

Ainda acompanhando as mudanças e evoluções do carnaval, hoje participam do Galo da Madrugada, com camarote e atrações próprias, além de contarem com uma versão infantil, o Balança Rolhinha, criado em 1992. "Se tem carnaval, nós estamos lá", afirmou o fundador. "Já desfilamos no Recife Antigo, nas ladeiras de Olinda e fizemos um arrastão de mais de 100 músicos pela Avenida Boa Viagem."

 

No retorno, após o pior momento de restrição da pandemia de Covid-19, já nesta sexta-feira  (10). "Vamos nos concentrar em frente ao Edifício Oceania, no Pina. Depois de dois anos sem festa, é uma celebração a todos os amigos que fizemos e às memórias que criamos nesses anos. Todos estão convidados", completou André Cavalcanti. "O nosso camarote também está confirmadíssimo no desfile do Galo da Madrugada. Teremos shows de Clara Sobral (Santa Clara), Madeira Delay, Banda Patusco e DJ Elias Cabuzz, todos artistas queridos entre os pernambucanos", adiantou Cavalcanti. 

 

O Camarote do Balança Rolha é um dos espaços mais disputados do Galo, com mais .3000 metros quadrados (800  deles dedicados à varanda para ver o desfile do maior bloco de carnaval do planeta), embaixo do Viaduto Capitão Temudo.  Os foliões vão contar também com um “open bar” de espumante, vodka, gin, uísque, cerveja, água e refrigerante, além de praça de alimentação, entre outros atrativos. Informações para os ingressos podem ser obtidas  no site www.balancarolha.com.br.