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Foto: Divulgação |
Pernambuco, com sua rica história, praias paradisíacas e cultura vibrante, possui um potencial turístico incomparável. No entanto, a realidade expõe falhas crônicas nas políticas públicas voltadas para o setor, especialmente no que tange à infraestrutura e à segurança. Esse contexto tem prejudicado o estado, afastando turistas internacionais e até mesmo visitantes de grandes centros brasileiros.
A realidade de um turismo estagnado
Por décadas, Pernambuco enfrenta um grave problema de insegurança que repercute de maneira negativa na percepção externa do estado. Hoje, com a internet facilitando o acesso a informações, os turistas, movidos pelo instinto de preservação, evitam destinos que não oferecem garantias mínimas de segurança. Essa imagem é reforçada pela infraestrutura deficiente, tanto no acesso aos principais destinos quanto na qualidade dos serviços oferecidos.
A falta de inovação na promoção do estado reforça o estigma de um destino turístico que vive da “mesmice”. Em um mercado globalizado, onde experiências únicas e infraestrutura de excelência são essenciais para atrair viajantes, Pernambuco permanece preso a estratégias antiquadas e mal direcionadas.
Vale destacar o trabalho dos hoteleiros de Porto de Galinhas, esses sim vem a frente de ações inteligentes e criativas bem focadas, o que torna um destino dos mais consolidados do Brasil, mas e o restante do estado?
A necessidade de uma nova abordagem
O turismo moderno exige criatividade, segmentação e foco. Pernambuco precisa adotar uma política pública ousada e estratégica que vá além do óbvio e busque atrair nichos específicos de mercado. Algumas sugestões incluem:
1. Infraestrutura de padrão internacional:
Desenvolver uma zona estratégica de turismo entre Cabo de Santo Agostinho e Sirinhaém, equipada com infraestrutura de primeiro mundo, conectividade, transporte eficiente e, acima de tudo, segurança física e eletrônica. Essa área poderia funcionar como âncora para irradiar o interesse pelo restante do estado.
2. Equipamentos de lazer e inovação:
Pernambuco deve sair da mesmice com projetos que se tornem ícones turísticos, como:
• Um parque temático nos moldes de Beto Carrero World.
• Um museu subaquático que combine mergulho com história e ciência.
• Um superparque aquático de beira-mar com atrações para todas as idades.
• Uma “Cidade do Forró” que ofereça imersão na cultura nordestina, desde a dança até a gastronomia e o artesanato.
• Rodas-gigantes modernas, tubos de mergulho de contemplação e experiências de turismo de aventura que atraiam esportistas e mergulhadores.
• Um porto flutuante no litoral sul, inspirado no modelo que está sendo construído em Santa Catarina. Esse complexo incluiria hotel, lojas, teatro, show das águas e um píer para atracação de navios, fortalecendo o turismo de cruzeiros e promovendo o estado como destino premium.
3. Promoção segmentada e inteligente:
Adotar estratégias de mídia programática para públicos específicos, como:
• Mergulhadores e esportistas de aventura.
• Turistas culturais interessados em história, música e gastronomia.
• Turismo científico, profissional e religioso, com foco em vertentes do Cristianismo e Judaísmo.
• Mercados regionais e internacionais, como Argentina, Chile, Colômbia, e polos brasileiros como SP, MG, GO e PR.
4. Incentivos fiscais e parcerias:
Criar isenções de impostos para atrair investidores no setor de entretenimento e turismo, garantindo um ambiente propício para a instalação de grandes projetos. A parceria público-privada seria essencial nesse processo, com o estado assegurando as bases de infraestrutura e segurança.
Soluções
Osvaldo Matos, ex-diretor de Marketing, inteligência competitiva e relações públicas da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), falou sobre algumas medidas importantes para solucionar essa realidade.
“Pernambuco precisa se reinventar para ser competitivo no turismo”, diz Osvaldo Matos Júnior, sobre a necessidade de reversão da tendência de rejeição ao Estado como destino turístico.
O consultor destacou os principais problemas que o estado enfrenta nesse setor?
“Por décadas, Pernambuco enfrenta um grave problema de insegurança que repercute de maneira negativa na percepção externa do estado. Hoje, com a internet facilitando o acesso a informações, os turistas, movidos pelo instinto de preservação, evitam destinos que não oferecem garantias mínimas de segurança. Essa imagem é reforçada pela infraestrutura deficiente, tanto no acesso aos principais destinos quanto na qualidade dos serviços oferecido”.
Matos também explicou como a insegurança impacta o turismo de Pernambuco.
“Hoje, com a facilidade de acesso às informações na internet, a percepção de insegurança pesa muito na decisão de um turista. Ninguém quer visitar um destino onde se sente vulnerável. Isso cria um ciclo negativo, porque menos turistas significam menos receita, o que dificulta ainda mais os investimentos necessários para transformar essa realidade”.
Para Osvaldo, Pernambuco tem uma região que se destaca positivamente no cenário.
“Porto de Galinhas é um ótimo exemplo. Os hoteleiros da região têm feito um trabalho exemplar, com ações bem planejadas e criativas. É um dos destinos mais consolidados do Brasil. No entanto, essa eficiência não se estende ao restante do estado, que carece de uma estratégia mais abrangente”, fala.
Na perspectiva de Matos, Pernambuco deveria tomar algumas atitudes para se posicionar como um destino turístico competitivo.
“É preciso pensar grande e adotar uma abordagem ousada e estratégica. Primeiro, investir em infraestrutura de padrão internacional, especialmente em áreas estratégicas como o litoral sul, criando uma zona de turismo com transporte eficiente, conectividade e segurança. Segundo, desenvolver equipamentos turísticos inovadores, como um parque temático, um museu subaquático, ou até um super parque aquático. Além disso, é essencial criar projetos que ofereçam experiências únicas e memoráveis, como uma “Cidade do Forró” para promover a cultura nordestina de forma imersiva. Outra ideia seria construir um porto flutuante no modelo de Santa Catarina, com hotéis, lojas, e estrutura para receber cruzeiros”, sugere o consultor.
Osvaldo também frisa que a promoção turística também precisa mudar.
“Pernambuco deve investir em estratégias de comunicação segmentadas, utilizando mídia programática para atrair públicos específicos, como mergulhadores, esportistas, turistas culturais, religiosos e até científicos. O estado precisa se comunicar de forma inteligente e moderna, focando em mercados potenciais como Argentina, Chile, Colômbia e grandes polos brasileiros como São Paulo e Minas Gerais”, ressalta.
O consultor também realça a importância do setor privado.
“As parcerias público-privadas são fundamentais. O governo precisa criar um ambiente atrativo para investidores, com incentivos fiscais e garantias de infraestrutura e segurança. É preciso incentivar grandes projetos e atrair empresas interessadas em transformar o estado em um destino premium”, continua.
Segundo Osvaldo, para mudar a percepção do turista em relação ao estado é preciso mostrar as ações para o público.
“Isso passa pela criação de uma nova narrativa para Pernambuco. Não basta melhorar; é preciso mostrar essas melhorias ao público. A sensação de segurança e qualidade deve ser perceptível e promovida de forma assertiva nos mercados de origem. Um visitante satisfeito é o maior embaixador de um destino”, elabora.
De acordo com Osvaldo, algumas coisas faltam para Pernambuco alcançar seu potencial.
“Pernambuco tem que sair da mesmice e procurar dotar o estado de equipamentos que motivem a vinda de turistas regionais e de países vizinhos com o desenvolvimento de estratégias alternativas na midia programática destinada a público específicos como mergulhadores, esportistas de aventura, turismo cultural, cientifico, profissional, religião nas vertentes do Judaísmo e do Cristianismo. Precisamos de um parque temático urgente nos moldes do Beto Carreiro e de alguns parques temáticos como museu subaquático, tubos de mergulho de contemplação, rodas gigantes modernas, super parque aquático de beira mar, cidade do forró onde o turista faria uma imersão na cultura nordestina desde a dança até a gastronomia e artesanato".
O ideal seria desenvolver uma área ancora que pudesse irradiar o interesse dos turistas em conhecer o resto do Estado. Essa área deveria ser uma zona estratégica de desenvolvimento turístico com isenção de impostos para que os empresários dos setores de entretenimento pudessem se estimular, ma espécie de cidade do turismo com um mix de atrativos de lazer, gastronomia, aventura, cultura, sol e aguas mornas situada entre o Cabo e Sirinhaém onde o estado se encarregaria de dotar de infra estrutura de primeiro mundo e muita segurança física e eletrônica para que a sensação de segurança 100% e promover isso de forma inteligente no nossos estados vizinhos, nos polos de Minas, SP, GO, PR e países vizinhos como Colômbia, Argentina, Chile e com uma intensa ação de nichos mundial”, finaliza.