Olinda já recebe grande movimento de turistas chegando para casas e pousadas

Faltando poucos dias para o carnaval, a cidade de Olinda está repleta de foliões chegando para os quartos, pousadas e casas alugadas para passar a festividade no Sítio Histórico. Devido a alta demanda diante a festividade, o cenário desta quinta-feira (16), foi da chegada de turistas que estavam carregando suas malas e grandes mochilas para se hospedar, e iniciar o preparo para a folia. 

Os moradores de Olinda promovem aluguel do imóvel durante 5 a 6 dias no período carnavalesco, além da hospedagem alguns turistas chegam antes dos dias carnavalescos para conhecer o Sítio Histórico, como a Julie Bilbault e Annaig Magnin ambas francesas, estão pela primeira vez no Brasil “Conhecemos o carnaval pelo que nossos pais diziam em nossa infância. Estamos ansiosas para ver as fantasias, as músicas, o espírito e a festa que tanto vemos na internet. Estamos em um grupo de quatro francesas que estão pela primeira vez no Brasil, chegamos antes do carnaval e estamos amando tudo, inclusive a caipirinha. Aqui é muito animado e estamos querendo ver muita gente no carnaval”, ressalta alegremente a dupla. 

Julie Bilbault e Annaig Magnin vieram da França para prestigiar o carnaval de Pernambuco, esta é a primeira vez das amigas no Brasil (Rômulo Chico/DP)

Algo comum é ver moradores do Sítio Histórico alugarem suas casas, muitos já possuem grande experiência, como é o caso de Lucia Helena Cavalcante, moradora da Rua do Bonfim, no Carmo, que aluga sua residência há mais de 25 anos, mas já possui hóspedes fixos há 10 anos “Esta casa é alugada no carnaval há mais de 25 anos. Agora estou alugando a casa para um grupo de 14 amigos que moram no Rio de Janeiro, desde 2012, onde eles nomeiam a casa de palácio carioca, já se tornou algo fixo. Valorizo muito alugar o imovel para eles, porque eles vêm de longe e não me dão trabalho nenhum, tudo pagam”, disse.

Lucia Helena Cavalcante, moradora da Rua do Bonfim, no Carmo, que aluga sua residência há mais de 25 anos. Brincou tanto o carnaval que hoje aluga sua residência para aproveitar carnval em um lugar mais tranquilo. (Rômulo Chico/DP)

Há 7 anos morando na cidade de Olinda, o uruguaio Carlos Alex, sócio e administrador juntamente com sua esposa Patricia Lira da Pousada Alto Astral e Encantos de Olinda que ficam na Rua Treze de Maio e Quinze de Novembro, relata como é a festividade olindense para quem trabalha na época festiva. “O carnaval de Olinda é diferente ‘a gente’, as pessoas que fazem o carnaval com a quantidade de alegria. Trabalhar no carnaval de Olinda é corrido, nós que trabalhamos na linha de frente tem que se preparar para dar um bom serviço”.

Carlos Alex é uruguaio e mora em Pernambuco há 7 anos, sócio e administrador das Pousadas Alto Astral e Encantos de Olinda juntamente com sua esposa Patricia (Rômulo Chico/DP)

O dinheiro do aluguel é uma forma de ganho extra para muitos moradores, mas é uma situação de quem procura curtir o carnaval de outra forma, além da folia no Sítio Histórico. “Além da renda extra, o bom de alugar é o conhecimento, fazer amizades, os meninos, do Palácio Carioca, já são meus amigos, e a gente se dá bem. E outra coisa é que não aguento mais o carnaval de Olinda, já brinquei muito quando era solteira, onde meus pais sofriam na minha mão, saia de manhã e só voltava a noite. Hoje em dia não quero mais brincar, quero algo tranquilo, aqui é carnaval desde agosto”, brincou Lucia. 

“O pós pandemia está sendo um pouco diferente, estou sentindo um pouco, estamos aqui lutando porque tá difícil, as pessoas estão com dificuldades de hospedagem, para todo mundo mais caro aumentou tudo. Então, estamos nos reinventando, agora temos quartos compartilhados, para que os hóspedes possam pagar. E com a renda que tínhamos no Carnaval passado, foi o que seguramos boa parte do tempo parado na pandemia, com esse dinheiro que a gente conseguiu manter o negócio, mas aí não conseguimos manter apenas com esse dinheiro. Tivemos que vender bens para conseguir segurar, porque a pousada sempre precisa de manutenção, salário de funcionários, as contas não paravam de chegar, sempre tinha conta de INSS, FGTS, conta de luz e água. Enquanto tudo estava parado”, explicou Patricia Lira, sócia e administradora da Pousada Alto Astral e Encantos de Olinda.

Patricia Lira, sócia e administradora das Pousadas Alto Astral e Encantos de Olinda está se reinventando no mercado de hospedagem diante aos efeitos de pós-pandemia (Rômulo Chico/DP)

Diante a pandemia, os donos de imóveis sofreram com os dois anos sem a renda extra do aluguel durante o carnaval, mexendo muito com o financeiro de todos e impactaram na queda dos preços atuais. “Com a pandemia tive que deixar algumas coisas de lado, como trocar de carro, que está me dando muito trabalho. E agora, como as coisas estão mais difíceis, o preço do aluguel diminuiu cerca de 10% do valor total”, explica Lucia Helena.

"Esperávamos mais, ainda estamos com vagas nas duas pousadas ainda, mas a questão do preço aumentou para todos, isso diminui o número de hóspedes. E como estivemos de portas fechadas durante a pandemia, tivemos que trabalhar em cima do capital de giro de 2020”, detalhou o uruguaio Carlos.

O ótimo é que este carnaval possa retomar a estabilidade de quem investe no ramo, como almeja de forma empolgada Patricia Lira. “Esse carnaval espero que seja de muita paz, de muita saúde, alegria, muita felicidade e que todos se abracem muito. Só temos uma vida, e a cada dia devemos valorizar cada vez mais. Saúde sempre em primeiro lugar”,