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Notícia de Turismo
Novidade Cais do Imperador pode se tornar novo ponto turístico Projeto do arquiteto Romero Pereira quer revitalizar espaço que serviu de píer para a chegada de Dom Pedro II à capital. Se aprovado, começaria a funcionar no segundo semestre

Por: Guilherme Carréra

Publicado em: 03/03/2015 11:48 Atualizado em: 04/03/2015 10:40

Projeto quer transformar abandono em ponto turístico no Cais Martins de Barros. Foto: Júlio Jacobina/DP/DA Press
Projeto quer transformar abandono em ponto turístico no Cais Martins de Barros. Foto: Júlio Jacobina/DP/DA Press

O ano era 1859. A Família Real aportava no Recife pela primeira e única vez. Para recepcionar Dom Pedro II à altura, a administração local mandou erguer um novo píer às margens do Rio Capibaribe. Naquela época, embarcações normalmente atracavam na região portuária ou, ainda, no antigo Cais da Alfândega, hoje Paço Alfândega. Com o imperador, foi diferente. A visita ilustríssima resultou na construção de uma ancoragem na atual Avenida Cais Martins de Barros, bairro de São José. O desembarque nesta margem do rio facilitava o percurso da nobreza. Assistiriam à missa na Igreja do Divino Espírito Santo, percorreriam a antiga Rua da Cadeia Nova, hoje, não por acaso, Rua do Imperador Dom Pedro II, chegariam à Praça da República, à época, chamada Praça do Campo das Princesas, e se passariam a noite no Palácio homônimo. Romero Pereira quer recuperar parte dessa história. O arquiteto é o nome por trás do projeto Cais do Imperador, iniciativa que pretende transformar as ruínas do antigo píer em um espaço de convivência.

"Depois da visita da Família Real, o píer entrou em desuso. Na década de 1960, ainda funcionou no local uma subestação pra os ônibus elétricos que circulavam na cidade. Quando o sistema foi extinto, a área ficou abandonada", explica Romero, também secretário-executivo da pasta de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, coordenada pela secretária Cida Pedrosa. "Em qualquer lugar do mundo, um espaço como esse seria nobre". O jogo de palavras não é à toa. Além de ser um ponto histórico, uma vez que simboliza a chegada da nobreza à capital pernambucana, tem potencial para ser um ponto turístico, por estar à beira-rio, com sombra à tarde, em frente à Praça 17, próximo ao Mercado de São José. "As atenções estão voltadas à revitalização do Bairro do Recife, mas toda essa área de São José, Santo Antônio e Boa Vista foi determinante pra história da cidade". Identificar o antigo píer como ponto histórico, acredita, pode trazer um novo olhar à região.

Atualmente, área de 550 m² funciona como estacionamento irregular. Foto: Júlio Jacobina/DP/DA Press
Atualmente, área de 550 m² funciona como estacionamento irregular. Foto: Júlio Jacobina/DP/DA Press

Até o fim de março, a proposta deve ser entregue à Prefeitura do Recife. Sinalizando interesse, Romero e equipe terão mais 30 dias para formalizar o projeto. Ainda não se sabe como seria o financiamento da reforma, mas a obra em si não tomaria muito tempo. "Se tudo correr bem, gostaríamos de entregar o espaço à população no segundo semestre". Em um primeiro momento, o Cais do Imperador seria um espaço de convivência de 550 m². Possivelmente, com assentos, sombreiros e quiosques. Construídos no início do século 20, os dois banheiros públicos fincados no local podem ainda ser transformados em postos de informação turística. Painéis que destaquem o acontecimento histórico também estão nos planos. Em uma segunda etapa, a ideia é instalar um trapiche flutuante, em função da alteração da maré, para que embarcações de pequeno porte, como barcos de escolas públicas e catamarãs de passeio, possam atracar.

Em tempo, a Empresa de Urbanização do Recife vem tocando um projeto de requalificação de 16 ruas do bairro de Santo Antônio, vizinho ao de São José. Ainda em fase de elaboração, o Caminhos do Recife foi orçado em R$ 3,5 milhões, com recursos do PAC Pavimentação. Segundo a assessoria da URB, a expectativa é de que seja concluído neste semestre. Após a licitação, o projeto prevê a recuperação do calçamento das vias, das calçadas, intervenções em paisagismo e o embutimento da fiação. Uma das vias a serem contempladas, por sua vez, é a Rua do Imperador, como é conhecida. A mesma em que, 156 anos atrás, o Dom Pedro II percorreu, após desembarcar no Recife pela primeira e única vez.

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