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Notícia de Tecnologia

CIBERSEGURANÇA

Apagão cibernético mundial foi provocado pela CrowdStrike, empresa pioneira em cibersegurança

Incidente provocou um cenário de caos em diversas atividades digitais ao redor do mundo, de aeroportos a hospitais

Por: AFP

Publicado em: 19/07/2024 18:15 | Atualizado em: 22/07/2024 10:03

Empresa americana CrowdStrike (foto: MICHAELA STACH/AFP )
Empresa americana CrowdStrike (foto: MICHAELA STACH/AFP )

A empresa americana CrowdStrike, cujo software provocou um gigantesco apagão cibernético mundial nesta sexta-feira (19), aproveitou a ascensão da computação na nuvem para se tornar um ator essencial na cibersegurança em pouco mais de uma década.

 

O incidente ocorreu devido à atualização do software do grupo nos sistemas operacionais Windows da gigante Microsoft e provocou um cenário de caos em diversas atividades digitais ao redor do mundo, de aeroportos a hospitais. 

 

O ocorrido evidenciou a influência da CrowdStrike, pouco conhecida pelo público, no setor digital.

 

Com sede em Austin (estado do Texas, sul dos Estados Unidos), a empresa é a atual líder mundial em segurança para dispositivos em rede, como notebooks, tablets e smartphones.  

 

George Kurtz, cofundador e diretor-executivo do grupo, quer se concentrar na proteção contra invasões, em vez de apenas o combate aos vírus. 

 

Desta forma, a companhia se destaca dos tradicionais serviços de software antivírus, como Symantec e McAfee, dos quais foi diretor tecnológico até 2011, ano em que fundou a CrowdStrike.

 

Um relatório divulgado pela empresa americana em 2024 estimou que 70% dos ciberataques não envolvem vírus, mas sim manipulações realizadas diretamente por hackers que utilizam permissões roubadas ou recuperadas.

 

Com seu principal produto, a plataforma de nuvem Falcon, lançada em 2012, a CrowdStrike também se beneficiou da democratização da banda larga e a ascensão das ferramentas de armazenamento de dados, para oferecer um produto totalmente baseado na nuvem.  

 

A computação remota também permite atualizações rápidas e de forma regular.

 

A empresa americana integrou a tecnologia da Inteligência Artificial (IA) em sua plataforma para facilitar a detecção de atividades incomuns que podem estar relacionadas a vírus ou a tentativas de invasão.

 

 

 

Identificar ameaças

 

Kurtz e os outros dois fundadores, Dimitri Alperovitch e Gregg Marston, adotaram um foco pró-ativo em relação ao risco.

 

Desta forma, criaram uma equipe de centenas de pessoas dedicada a identificar ameaças cibernéticas em todo o mundo, para se antecipar a possíveis ataques.

 

A CrowdStrike estabeleceu que indivíduos apoiados pelo governo russo estavam por trás de um ciberataque aos servidores do Partido Democrata durante a campanha presidencial americana de 2016.

 

Em 2023, o chefe de segurança da CrowdStrike, Shawn Henry, criticou publicamente a Microsoft pelo que considera falhas em seu gerenciamento de riscos.  

 

Em entrevista à revista Forbes, reprovou a gigante tecnológica por continuar empregando centenas de pessoas na China.

 

A Microsoft, cliente da CrowdStrike, também é uma de suas concorrentes, uma vez que oferece seus próprios serviços de proteção digital, tal qual grandes rivais como Amazon e Google.

 

Em janeiro de 2024, a líder mundial em segurança digital contava com 7.925 funcionários, segundo seu relatório anual. 

 

No ano anterior, a empresa gerou US$ 3,05 bilhões (R$ 15,2 bilhões na cotação da época), cerca de 36% a mais do que no período interanual.

 

Impulsionada pela IA generativa, que requer o desenvolvimento de capacidades adicionais na nuvem, a CrowdStrike elevou suas previsões anuais em junho.  

 

A meta agora é o crescimento de vendas de 30% a 31% neste ano.  

 

Embora seu negócio esteja em expansão, o grupo luta para aumentar a rentabilidade. Em 2023, registrou um lucro líquido de apenas US$ 89 milhões (quase R$ 445 milhões), o primeiro a nível anual desde sua criação.

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