Feira
Por: Thatiany Lucena
Publicado em: 23/05/2024 21:33 | Atualizado em: 23/05/2024 22:01
Até a sexta-feira (24), a Hospitalar deve receber cerca de 90 mil visitantes (Foto: Divulgação /Hospitalar) |
As novas tecnologias e o uso da inteligência artificial (AI) no setor hospitalar vem se tornando o foco das empresas para otimizar o atendimento aos pacientes e aprimorar o trabalho dos profissionais de saúde. Essa tendência é uma das abordagens da 29ª edição da Hospitalar, que acontece entre os dias 21 e 24 de maio, na São Paulo Expo. O evento, considerado o maior encontro de saúde da América Latina, reúne gestores hospitalares e profissionais do setor e conta com 1.200 expositores de 30 países. Até a sexta-feira (24), a expectativa da organização é receber cerca de 90 mil visitantes.
Entre a vasta programação da Hospitalar 2024, o FDHIC (Future Digital Health International Congress) debate o impacto da inteligência artificial na cadeia de saúde. Uma das palestras nacionais realizadas na terça-feira (22), trouxe o tema “Redução de custeio; eficiência na gestão do paciente; agilidade decisória; mitigação de controle. Elegendo três virtudes e três riscos das GenAIs para Saúde”. O momento foi ministrado pelo presidente na Johnson & Johnson MedTech Brasil, Fabricio Campolina, e por Fábio Andrade, diretor de Inovação na Rede D'Or.
O FDHIC (Future Digital Health International Congress) debate o impacto da inteligência artificial na cadeia de saúde (Foto: Divulgação) |
De acordo com o presidente na Johnson & Johnson MedTech Brasil, Fabricio Campolina, a inteligência artificial pode aumentar a produtividade dos profissionais e reduzir desperdícios. ”Os três principais casos de uso são no auxílio à decisão, tanto médica quanto do paciente, permitindo também a navegação da jornada dos pacientes de uma maneira digital, além de proporcionar o diagnóstico precoce”, explica. Ainda segundo ele, a IA pode ajudar também a fazer com que pacientes consigam tomar melhores decisões em relação a sua própria saúde baseados em diagnósticos precoces. Por outro lado, em relação aos riscos, é uma ferramenta que demanda infraestrutura estável e que necessita de supervisão para que não ofereça riscos aos usuários.
Segundo a head de saúde da Informa Markets, Juliana Vicente, organizadora da Hospitalar, em 2023, a Feira gerou R$ 1 bilhão em negócios. O evento ocupa 100 mil metros quadrados no pavilhão do São Paulo Expo com as empresas expositoras e cinco congressos acontecendo simultaneamente: “O Congresso Internacional de Serviços de Saúde é o nosso Congresso mais tradicional, o que está desde a primeira edição da feira, há 30 anos, o Congresso de Hotelaria e Facilities, o Congresso de Atenção Domiciliar, o Future of Digital Health International Congress, que é um Congresso voltado mais para o público de TI, que esse ano ele está debatendo só as inteligências artificiais generativas na saúde, e o Congresso de Reabilitação, que une teoria e prática para os participantes”, conta Juliana.
Ferramentas de inovação
A Integrare, da empresa Lifemed, é uma plataforma de monitoramento do paciente dentro da dentro da UTI e também de forma remota. “A gente consegue monitorar os equipamentos beira leito, monitor, bomba de infusão, ventilador, eletroencefalograma, etc. Usamos um sistema baseado em IA para fazer o resumo do quadro clínico do paciente nas últimas 24 horas. A principal ideia é facilitar a vida para o profissional de saúde para que ele consiga ter esse resumo de uma forma simples e fácil ao estado geral do paciente”, explica o gerente de software da Integrare by Lifemed, Walter Guerra.
Para facilitar a realização de cirurgias complexas, a Brainlab também apresenta na Hospitalar o equipamento Loop-X, sistema robótico de tomografia intraoperatória, onde o cirurgião consegue localizar a posição do instrumento dele em relação à anatomia do paciente, como um GPS. Com isso, é possível diminuir o grau de invasividade da cirurgia. “Quando o profissional tem uma tecnologia como o Loop-X, que é uma ferramenta de imagem intraoperatória, ele pode fazer esse controle no momento operatório. Então a gente consegue, durante o ato cirúrgico, fazer uma imagem, e verificar o grau de sucesso da cirurgia. Seja para saber se ele conseguiu retirar todo o tumor ou se os implantes foram posicionados no lugar certo e assim por diante,” detalha o gerente comercial da Brainlab, Éric Santos. O equipamento já conquistou reconhecimento em outros países, mas no Brasil, o Loop-X ainda é uma tecnologia recente, pois seu registro foi aprovado pela Anvisa há pouco mais de 6 meses.
Loop-X, sistema robótico de tomografia intraoperatória (Foto: Thatiany Lucena/DP) |
Já o sistema Co-Pilot, desenvolvido pela empresa Docli, tendo como primeiro parceiro a empresa Salux Technology, é um sistema que escuta toda a conversa entre o paciente e o médico e consegue, por meio de inteligência artificial, preencher o prontuário médico e auxiliar a rotina do médico. “Ele ainda identifica os possíveis diagnósticos que vão surgir, além de sugerir perguntas para o médico. Então eles conseguem juntos tomar uma decisão sobre o diagnóstico que o Co-Pilot vai trazer para ele, mas é sempre o médico que toma a decisão final, com muito mais embasamento e orientação”, explica o líder de tecnologia da Intelligence Care, Eduardo Lorenzini, empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema.
*A repórter viajou a convite da Informa Markets, organizadora do evento
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