A Mobile World Congress (MWC), maior evento sobre tecnologia móvel do mundo, encerrou-se nesta quinta-feira (05) e especialistas da área afirmam que os consumidores vão se familiarizar com novos modelos de smartphones voltados para uma maior funcionalidade. As fabricantes dos aparelhos parecem ter entendido que antes de focar em ter a maior tela do mercado, é mais importante se preocupar com a utilidade dos celulares e fazer com que eles ainda caibam nos bolsos.

Na feira, realizada anualmente em Barcelona, foram lançados os smartphones Galaxy S6 e S6 Edge (este eleito o melhor do evento), Zenfone 2 (Asus), Xperia M4 Aqua (Sony) e Lumia 640 e 640 XL (Microsoft). Todos rodam Android. Roberta Cozza, diretora de pesquisa da consultoria Gartner, afirma que isso pode se tornar um problema, já que o consumidor pode vir a ter, em breve, dificuldades para diferenciar um celular de outro a não ser pela marca.

Galaxy S6 Edge foi destaque na WMC. Foto: Reprodução/Samsung

Esse efeito se deve ao fato de que, ao se voltarem para o software e para o hardware e estabilizarem o tamanho dos aparelhos, as fabricantes devem produzir celulares com interfaces mais similares. A solução para fugir dessa semelhança é investir em maiores funcionalidades para "peças" de design que são tratadas como diferenciais de mercado, mas que, em muitos casos, são apenas peças de decoração. Um exemplo é a "tela infinita" do Galaxy S6 Edge, tecnologia ainda exclusiva da Samsung para produção em larga escala, mas que pode não ir além desse status de enfeite - um belo enfeite visual, faça-se justiça - caso não seja integrada a uma maior gama de recursos.

No entanto, a empresa sul-coreana, pensando nesse problema, apresentou durante a MWC seu sistema de pagamentos por aproximação, concorrente do Apple Pay. Além dessa função, a tela infinita do Edge também informa quais são os contatos mais utilizados pelo usuário, mostra o relógio, a temperatura, os SMS e notificações de redes sociais e outros apps até quando o aparelho está com a tela apagada.

Por sua vez, o iPhone 6 Plus, lançado em 2014 e com suas 5,5 polegadas de tela, não deve ser seguido pelo restante das marcas em termos de tamanho, que se estabilizou aproximadamente em 5 polegadas. Se continuassem no mesmo ritmo de crescimento, o mercado de tablets poderia ser "engolido" pelos enormes smartphones.

iPhone 6 Plus tem a maior tela dentre os últimos lançamentos. Foto: Divulgação/Apple

Novidades entre os gadgets, os relógios e pulseiras inteligentes devem se tornar os responsáveis por impulsionar a disputa para ver quem tem o smartphone mais útil. Os 'wearables' se tornam alternativas - ou ameaças - e a tendência é que alterarem a dinâmica de produção dos celulares, já que podem oferecer, ao alcance do pulso, praticamente um computador inteiro.