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Prefeitura de Salgueiro decretou três dias de luto pela morte do artesão (Foto: Reprodução) |
Um dos maiores nomes da cultura sertaneja, o mestre artesão e vaqueiro José Luiz Barbosa, o Zé do Mestre, faleceu aos 92 anos nesta segunda-feira (24), no Recife, por conta de complicações pós-cirurgia para implante de marcapasso. Em homenagem ao artesão, a prefeitura de Salgueiro decretou luto oficial de três dias.
Zé do Mestre nasceu em 29 de outubro de 1932, na Fazenda Cacimbinha, zona rural de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco. Ao longo da vida, dedicou-se à arte do couro, tornando-se uma referência na confecção das 27 peças de roupas e acessórios típicos que compõem a vestimenta sertaneja, como gibão, guarda-peito, perneiras, luvas, arreios e chicote.
Herdeiro de um legado familiar, aprendeu o ofício com o pai, Luiz Eugênio Barbosa, o Mestre Luiz, e foi o único entre os 15 irmãos a dominar com maestria a técnica de cortar, moldar e transformar o couro em peças que vestiram gerações de vaqueiros. Com a mentoria do primo Línio Barbosa (futuro sogro), criou seu primeiro terno de couro, peça que revelava o gênio artesanal que se consolidaria nas décadas seguintes.
Zé do Mestre foi casado com Antônia de Brito Barbosa, a Dona Toinha, que além de companheira de vida, compartilhava o dia a dia nas bancadas de trabalho. Juntos, formaram uma família numerosa de dez filhos, dentre eles Irineu do Mestre, que herdaram não somente o sobrenome, mas também a tradição artesanal da família.
O artesão ainda teve suas peças adquiridas por figuras como Luiz Gonzaga, o Papa João Paulo II, o Rei Juan Carlos da Espanha, presidentes da República governadores, além de compor acervos de colecionadores e museus, como o Missionário Etnológico, em Roma.