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CINEMA

Programa da Berlinale de incentivo a novos talentos seleciona realizador pernambucano

Douglas Henrique, de 24 anos, conversa com o Viver sobre a seleção para o Berlinale Talents Buenos Aires 2025, que promove workshops, debates e masterclasses

Publicado em: 10/03/2025 06:00 | Atualizado em: 08/03/2025 14:06

 (Foto: Ivana Milka)
Foto: Ivana Milka
Um dos principais eventos cinematográficos voltados para incentivo e desenvolvimento profissional de novos talentos da América Latina, o Berlinale Talents Buenos Aires 2025 selecionou o cineasta pernambucano Douglas Henrique para o programa que vem se expandindo cada vez mais e descobrindo grandes promessas do audiovisual. Diretor do MOV — Festival Internacional de Cinema Universitário e do Jorra! Festival de Cinema Negro, além de curador do Cinema da UFPE, o jovem de 24 anos vem marcando a cena local com seus projetos e, agora com essa oportunidade, demonstra grandes expectativas para o evento, que começa no dia 31 de março e segue até 4 de abril.
 
Realizada em uma parceria entre Festival de Cinema de Berlim (Berlinale), o BAFICI — Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires e a Universidad del Cine, considerado referência mundial em formação cinematográfica, essa iniciativa chega agora à 20ª edição e visa principalmente o apoio a profissionais promissores do audiovisual latino-americano, implicando o networking e proporcionando o desenvolvimento da carreira através de masterclasses, painéis de conversa e workshops, atividades nas quais os participantes podem interagir com diversos profissionais renomados do setor e com pares, que também estão começando. 
 
Em 2024, Douglas já havia sido selecionado para a edição que ocorreu no Rio de Janeiro, experiência que fortaleceu seu papel como ponte entre o cinema autoral e independente do Nordeste e os circuitos internacionais que, cada vez mais, têm dado destaque à produção nacional. E o próprio Festival de Berlim acabou de consagrar, em sua 78ª edição, a autoria pernambucana com o Urso de Prata concedido ao longa O Último Azul, de Gabriel Mascaro, que se tornou uma das grandes apostas da produção nacional para 2025, após a comoção nacional com o primeiro Oscar do Brasil, com Ainda Estou Aqui. O momento para intensificar essas pontes não poderia ser melhor.
 (Foto: Ivana Milka)
Foto: Ivana Milka
Em entrevista ao Viver, Douglas explica como funciona o processo de seleção. “A inscrição é feita por um formulário, no qual cada um escolhe a área que tem maior atuação profissional que você quer desenvolver durante o programa. No meu caso, me interessa muito trabalhar com preservação, algo que sinto faltar espaço para discutir e fazer aqui em Pernambuco ainda”, explica. “Esse ano houve mais de 1000 inscrições e foram selecionadas apenas 60 pessoas, sendo o Brasil o segundo mais representado. O cinema pernambucano está mais em alta do que nunca, principalmente com O Último Azul exaltado na Berlinale e toda essa expectativa imensa para O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho”. 
 
Destacando como o momento para fortalecer essas pontes não poderia ser melhor, Douglas enaltece o histórico que o programa tem no incentivo a outros talentos. “É muito bonito ver todo esse reconhecimento que estamos tendo lá fora e poder participar desse momento, levar os meus projetos para fora. Precisamos de várias reformulações com os editais locais e em vários outros setores, então poder fazer parte desse tipo de evento com pessoas que discutem tão ativamente isso é sempre relevante. Pessoas de que fui aluno ou amigo também passaram por esse programa e a experiência é sempre frutífera”, celebra.
 
Ele ainda aproveita o papo para dar um teaser do que vem por aí. “O evento é um intercâmbio cultural que vai me ajudar a aprimorar e desenvolver o projeto Fresta — Festival Internacional de Cinema Analógico de Pernambuco, que, no ano que vem, contará com sua primeira edição, com apoio do Funcultura.” À sua maneira e no seu tempo, Douglas não vê a hora de poder contribuir ainda mais para o cinema brasileiro.
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