Terreiro de Mãe Amara é Patrimônio Cultural Imaterial do Recife

Fundado em 1945 por Amara Mendes da Silva, o octogenário Terreiro Ilê Obá Aganjú Okoloyá, mais conhecido como Terreiro de Mãe Amara, em Dois Unidos, recebeu, na última segunda-feira (10), o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. Aprovado na Casa José Mariano, o projeto de Lei de número 189/2024 seguirá para sanção do prefeito do Recife, João Campos (PSB).

 

Para a Ialorixá Maria Helena Mendes Sampaio, o feito representa um avanço e reconhecimento não só para o Terreiro de Mãe Amara, mas para todos os outros terreiros de Pernambuco.  “Esse reconhecimento é mais que importante. A gente fica feliz porque reforça a força do nosso espaço não só como um espaço religioso, mas um espaço que reverencia a cultura afro, com espaço de dança e música como o Afoxé Oyá Alaxé”, destaca a Iyalorixa. “É reconhecer o trabalho deixado pela minha mãe, Amara Mendes da Silva, e reconhecer a luta da rede de mulheres de terreiro de Pernambuco. É mais um passo ao futuro e de ‘não à intolerância”. 

A proposição da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), aprovada em primeira votação, declara o espaço religioso como Patrimônio Imaterial Cultural do Recife. Segundo a parlamentar, o espaço representa uma importante herança da tradição nagô em Pernambuco.

 

“O terreiro representa uma importante herança da tradição nagô em Pernambuco, sendo um dos poucos que ainda mantém viva a ancestralidade. Ao longo dos anos, o Terreiro de Mãe Amara destacou-se não apenas como espaço religioso, mas também como um ponto de convergência para atividades culturais, sociais e educativas, que beneficiam tanto a comunidade local quanto a cidade do Recife como um todo”, disse Cida Pedrosa.