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EXPOSIÇÃO

Fábrica histórica de Belo Jardim será transformada em museu da cultura agrestina

Com inauguração prevista para fevereiro de 2025, espaço visa preservar o legado cultural e econômico da região, promovendo experiências de arte-educação e acessibilidade

Publicado em: 08/01/2025 14:52

 (Foto: Divulgação/MMV)
Foto: Divulgação/MMV
O Instituto Conceição Moura transformará a sede da antiga Fábrica Mariola, em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, em um espaço dedicado à memória e à celebração da história local. A partir de fevereiro de 2025, o Museu Memórias Vivas abrirá suas portas para contar a trajetória de Jorge Aleixo da Cunha e Quitéria Batista de Lima, fundadores da indústria de doces que marcou gerações e foi um pilar econômico da região até seu fechamento em 1969.

No Agreste de Pernambuco, uma região onde a natureza desafia e inspira, a força de um povo e a coragem de um homem transformaram o destino de uma cidade. Ali, no coração de Belo Jardim, a 183 quilômetros do Recife, ergueu-se uma fábrica que iria muito além da produção de doces: a Mariola, fundada em meados de 1915 por Jorge Aleixo da Cunha e sua esposa Quitéria Batista de Lima, se tornaria o alicerce econômico e cultural da região. 

Com a bravura de quem ousou em empreender em terras áridas, Jorge viu na produção de doces caseiros de Quitéria não apenas uma forma de sustento, mas um legado que refletia a garra de sua gente. Aos poucos, a Mariola foi ganhando espaço, até se tornar uma das maiores indústrias de doces do estado, um símbolo de pertencimento e orgulho para os moradores da localidade.

A fábrica não produziu apenas doces; ela construiu histórias. Ao longo de quase cinco décadas, a Mariola foi parte do cotidiano de Belo Jardim, movimentando a economia, criando laços afetivos e marcando cada memória de infância com sabor. Agora, essa história volta a pulsar. O prédio da antiga indústria, que hoje é a sede do Instituto Conceição Moura, vai se tornar também um espaço de memória e celebração: o Museu Memórias Vivas.

Ao cruzar as portas do Museu Memórias Vivas, idealizado e criado pelo Instituto Conceição Moura, o visitante será transportado para um tempo em que cada receita era carregada de afeto e cada doce, uma lembrança. A visita mediada conduzirá o público aos primórdios da fábrica, apresentando as raízes humildes de Jorge e Quitéria, que enfrentaram os desafios de empreender no Agreste e ergueram uma indústria que, até seu fechamento em 1969, foi um pilar da região.

“Trazer a história da Fábrica Mariola para o Museu Memórias Vivas é mais do que preservar o legado de uma indústria; é dar vida às memórias de um povo que ajudou a construir Belo Jardim", reflete George Pereira, curador do Memórias Vivas. "A fábrica não apenas movimentou a economia e gerou empregos, mas também cultivou afetos, identidade e um sentimento de pertencimento. O museu se torna um espaço onde essa rica história é recontada, não só para aqueles que viveram essa época, mas, especialmente, para as novas gerações que precisam entender o valor desse legado”. 

Durante a visita ao Museu Memórias Vivas, os visitantes terão a oportunidade de explorar o espaço onde um dia funcionou a fábrica de doces. No início da visita, o público é transportado para os primórdios da indústria local, conhecendo a trajetória dos fundadores Quitéria e Jorge Aleixo. Fotos antigas e objetos pessoais complementam o ambiente, enquanto réplicas em 3D dos maquinários permitem uma experiência tátil, resgatando as décadas de crescimento e os sucessos que consolidaram a fábrica como um símbolo de Belo Jardim. No encerramento, os visitantes são convidados a refletir sobre o impacto duradouro dessa história para a comunidade local. A visita termina no Cineteatro Cultura com a exibição de um curta-metragem, que aborda temas e memórias explorados na visitação, finalizando com um momento de troca e avaliação entre os visitantes.

Além da exposição permanente, o espaço contará com uma exposição imersiva temporária. A primeira mostra vai celebrar a identidade e o talento do Agreste pernambucano, com assinatura da produtora cultural e fotógrafa Thalita Rodrigues, cuja obra captura a essência e a história local, trazendo reflexões sobre a vida na região. A exposição vai integrar arte, tecnologia e memória, fortalecendo o sentimento de pertencimento e proporcionando uma conexão mais profunda com a riqueza da história regional.
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