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MÚSICA

Retrospectiva 2024: império da música continua intacto

De Madonna à Caethano & Bethânia, 2024 foi um ano de shows históricos e momentos marcantes

Publicado em: 28/12/2024 06:00 | Atualizado em: 28/12/2024 07:50

Foi a primeira turnê dos irmãos baianos desde 1978 (@roncca)
Madonna sempre teve sua relevância inquestionável, mas em 2024 deixou claro que seu trono de rainha do pop continua intocável. Por isso, nada mais justo do que abrir essa retrospectiva com o maior ato musical do ano: o show monumental nas areias de Copacabana, realizado em maio, que atraiu 1,6 milhão de pessoas e selou o encerramento épico da Celebration Tour, que comemora seus 40 anos de carreira. Entre a multidão, centenas de pernambucanos presenciaram essa força avassaladora da natureza. Para quem não saiu do estado, no entanto, várias apresentações e festivais que cruzaram a maior linha reta da América Latina ficaram na memória.

Se o Rio de Janeiro reuniu uma das maiores plateias de todos os tempos, em Olinda dois gigantes da música brasileira abarrotaram o Classic Hall por duas noites seguidas. Assim que as datas e o local da apresentação da turnê Caetano & Bethânia foram divulgados em abril, em primeira mão pela coluna Giro, a procura pelos ingressos para as duas apresentações que aconteceriam apenas em outubro viraram o assunto mais comentado nas redes sociais. E claro, quando as vendas foram abertas, as entradas esgotaram-se em poucas horas. Liniker também fez história lotando o Teatro Guararapes por duas noites com o show do álbum Caju, dias depois de ser premiada com, entre outros troféus, o de Melhor Álbum do Ano no Prêmio Multishow. E mais: ainda levou a musa Priscila Senna para o nobre palco do Pernambuco Centro de Convenções.

Assim como Caetano e Bethânia, vários nomes da imponente velha guarda da música brasileira passaram pelo Recife. No comecinho do ano, Gilberto Gil foi o grande nome da abertura do carnaval no Marco Zero, realizado pela primeira vez numa quinta-feira, e deu passagem à apresentação de Raphaela Santos, que não arredou o pé da praça até o sol raiar. Já a abertura da Virada Recife 2025 ficou a cargo de Roberto Carlos, que protagonizou um show histórico na orla da Praia do Pina, na última quinta-feira, apresentando o mesmo espetáculo que levou ao Classic Hall em novembro.

Outros medalhões emocionaram o público pernambucano ao longo de 2024. Ivan Lins, na companhia da Orquestra Bravo, mergulhou, em abril, nas composições que o consagraram; a diva Simone celebrou suas bodas de ouro musicais na turnê Tô Voltando, em agosto, recebendo as pernambucanas Joyce Alane, Isabela Moraes e Rogéria Dera; Mônica Salmaso escolheu o Santa Isabel para estrear o novo show, Minha Casa; o trio Lô Borges, Beto Guedes e Flávio Venturini veio à cidade para celebrar a música mineira, em setembro; já Zeca Pagodinho fez uma viagem musical pelos seus 40 anos da carreira, em outubro; Ney Matogrosso retornou mais uma vez com o show da turnê Bloco na Rua, no final de novembro. E o ano trouxe ainda nomes como Jards Macalé, Angela Ro Ro, Zezé Motta e Fábio Junior, só para citar alguns.

Fábio não foi o único cantor-galã que esbanjou charme no Recife. Diogo Nogueira foi atração do Mirante do Paço, no Bairro do Recife, trazendo grandes sucessos do samba e da música popular brasileira. No mesmo local, em junho, Tiago Iorc dedicou show aos apaixonados, com um repertório romântico e intimista. Depois de seis anos longe do Recife, Luan Santana arrasou corações no Classic Hall. E o festejado Jão também matou a saudade dos fãs pernambucanos com a sua Superturnê.

Entre as homenagens, merece destaque a volta de Ana Carolina com o show Ana Canta Cássia – Estranho Seria Se Eu Não Me Apaixonasse Por Você, no Teatro Guararapes, para reverenciar a memória de uma das artistas mais queridas do país, na voz de uma fã declarada. A cantora Filipe Catto trouxe o espetáculo Belezas São Coisas Acesas Por Dentro – Catto Canta Gal para apresentações no carnaval e no Teatro do Parque, mostrando que compartilha com Gal Costa mais do que a data de nascimento, sob o signo de Libra, mas também um timbre raro de voz, tal qual sua musa inspiradora.

Enquanto Gilberto Gil já tem data marcada para o próximo e último reencontro com o público pernambucano – a turnê Tempo Rei chega ao Classic Hall, em 22 de novembro de 2025 –, quem já deu adeus aos recifenses neste ano foi o Sepultura no show Celebrating life through death, há poucos dias. No entanto, um retorno dos metaleiros no futuro não está fora de cogitação, já que a tour se estende até 2026. Antes deles, outro nome de peso que fez sua despedida no Recife foi o Natiruts, em fevereiro.

O ano de 2024 também trouxe ao Recife o emocionante show Lágrimas no Mar, do pernambucano Vitor Araújo e o paulista Arnaldo Antunes. O ex-Titã já havia participado do carnaval recifense, cantando na Praça do Arsenal e no Poço da Panela. Nando Reis, seu velho companheiro titânico, também fez duas aparições na cidade, uma com a Turnê dos Namorados, dividindo o palco com Anavitória, e a outra com o show Uma Estrela Misteriosa, em outubro, que turbinou sua ousada proposta de lançar quatro discos ao mesmo tempo.

A Casa Estação da Luz, em Olinda, firmou-se como um espaço multicultural de destaque, oferecendo uma programação musical que celebra a diversidade de Pernambuco e do Brasil. Ao longo do ano, a casa recebeu nomes como Nena Queiroga (interpretando Lula Queiroga e Lenine), Dora Morelenbaum, Bruna Alimonda, Gabriele Leite, Marcelo Jeneci, Banda de Pau e Corda, Zé Manoel, Amaro Freitas, Mâeana, Terezinha do Acordeon, Monique Kessous, Cristina Amaral e Cátia de França, entre muitos outros. Já o tradicional Projeto Seis Meia, uma das mais longevas iniciativas culturais do Brasil, proporcionou apresentações marcantes de Odair José, Joanna, Leoni, Danilo Caymmi, Ricky Vallen, a dupla pernambucana Almério & Martins e também o Goldherança, que reúne os artistas Golden Boys, Evinha e Trio Esperança. 

Em meio à retração do mercado de festivais no Brasil, Pernambuco até apresentou um calendário abarrotado. O excesso de oferta, porém, resultou em baixa adesão do público e até cancelamentos, como ocorreu com o Rock Remembers e o Wehoo, ambos previstos para o segundo semestre. Por outro lado, os tradicionais Samba Recife, com Alcione e Péricles, e No Ar Coquetel Molotov, que marcou a estreia da paraense Zaynara no estado, além de trazer nomes como Pabllo Vittar, Jaloo e Céu, mostraram a razão de suas longevidades e foram sucesso de vendas. Já o Festival Turá aterrissou no Recife pela primeira vez, após edições em São Paulo e no Rio de Janeiro, com um line-up 100% nacional, composto por, entre outros, Lulu Santos, Marina Sena, Lenine e Marcos Suzano. Para os amantes da música romântica, o Festival da Seresta contou com a rainha Wanderléa e Gilliard, além de 'pratas da casa', como Leonardo Sullivan e Adilson Ramos, o carioca mais pernambucano que existe.

Adilson, por sinal, já tem show confirmado para 10 de janeiro de 2025, no Manhattan Café Theatro, o início das comemorações dos seus 80 anos. No dia 11, Tibério Azul sobe ao palco do Santa Isabel, no Janeiro de Grandes Espetáculos, para relembrar músicas da carreira solo e das bandas Seu Chico e Mula Manca. No dia 7 de fevereiro, no Teatro do Parque,será a vez de o cantor e compositor Zé Manoel apresentar seu quinto álbum de estúdio, Coral, em que enaltece a herança e a contemporaneidade da negritude brasileira. Enquanto isso, o grande evento musical do país no próximo ano promete ser o megashow de Lady Gaga no Rio de Janeiro, que, a princípio, ocorrerá em maio, seguindo os moldes do concerto de Madonna. A certeza é que a Cidade Maravilhosa será, mais uma vez, a Cidade do Pop por uma noite. E os pernambucanos já estão garantindo as passagens, mesmo sem nenhuma confirmação oficial.
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