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RETROSPECTIVA

Recife se torna parada obrigatória do cinema em 2024

Confira os eventos que marcaram o audiovisual na capital pernambucana, no Brasil e na produção comercial de Hollywood

Publicado em: 23/12/2024 06:00

 (Reabertura do Cinema São Luiz foi um dos principais marcos culturais do Recife em 2024. (Foto: Jan Ribeiro/ Secult PE))
Reabertura do Cinema São Luiz foi um dos principais marcos culturais do Recife em 2024. (Foto: Jan Ribeiro/ Secult PE)
Entre maio e agosto de 2024, o Recife ganhou clima hollywoodiano com as gravações O agente secreto, primeiro longa de ficção de Kleber Mendonça Filho desde Bacurau. As filmagens movimentaram sobretudo o centro da cidade com a presença de Wagner Moura, protagonista, e de Udo Kier, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Hermila Guedes e Thomas de Aquino, além da caracterização da década de 1970, com carros e letreiros, que chamou a atenção da população e rendeu várias imagens virais nas rede sociais. Com estreia prevista para 2025, a expectativa é de que o longa seja anunciado na seleção oficial do Festival de Cannes.
 
A exibição de Grande sertão, de Guel Arraes, marcou abertura do 28º Cine PE – Festival do Audiovisual, evento que vem reconquistando cada vez mais o seu público e retomando a tradição de trazer grandes estrelas à cidade, com presenças como Rodrigo Lombardi, Carol Castro, Caio Blat e Edson Celulari. Arraes voltou à cidade natal em Dezembro para a pré-estreia do aguardado O auto da Compadecida 2, acompanhado da codiretora Flávia Lacerda e do trio Selton Mello, Matheus Nachtergaele e Virgínia Cavendish.
 (Gravações de 'O agente secreto', de Kleber Mendonça Filho e com Wagner Moura, movimentaram as ruas do Centro do Recife (Divulgação))
Gravações de 'O agente secreto', de Kleber Mendonça Filho e com Wagner Moura, movimentaram as ruas do Centro do Recife (Divulgação)
A capital foi parada importante de vários eventos da sétima arte este ano - e um dos mais fortes foi a sessão superlotada de Ainda estou aqui no 15º Janela Internacional de Cinema, com a presença de Walter Salles. O filme estrelado por Fernanda Torres se tornou o mais assistido do cinema brasileiro do pós-pandemia e representa o país na corrida pelo Oscar. O Janela marcou a reabertura do Cinema São Luiz após mais de dois anos fechado e trouxe ainda o diretor Pedro Freire e seu elogiado Malu, vencedor do Festival do Rio, e Manas, estreia de Marianna Brennand, premiada no Festival de Veneza.
Luiz Fernando Carvalho veio ao Recife divulgando A paixão segundo GH, filme com Maria Fernanda Cândido que adapta a obra de Clarice Lispector. Na pegada do streaming, Silvero Pereira e Giovanna Grigio também passaram pelo Recife para uma grande pré-estreia da produção Maníaco do parque, lançamento do Prime Video, no Shopping RioMar. 
 
O ano contou ainda com a 14ª edição do Animage – Festival Internacional de Animação de Pernambuco, que trouxe 138 filmes de animação em sessões gratuitas ao Recife, entre eles a estreia na América Latina do documentário Miyazaki, L’Espirit de la nature, de Léo Favier. O Teatro do Parque foi movimentado ainda pela Mostra de Cinema Espanhol, com seis filmes inéditos na cidade e promovida pelo Instituto Cervantes. Destacaram-se ainda entre os festivais do interior do estado, o VIII Cine Jardim, em Belo Jardim, com suas ações formativas e mostras latino-americanas, o 6º Curta na Serra – Festival de Cinema ao Ar Livre, em Serra Talhada, e ainda o 15º Festival de Cinema de Triunfo, que celebrou em dezembro produções inéditas e de repercussão em outros eventos do audiovisual.
 ('Ainda estou aqui', representante brasileiro no Oscar 2025, se tornou o filme nacional mais visto da década nos cinemas (Divulgação))
'Ainda estou aqui', representante brasileiro no Oscar 2025, se tornou o filme nacional mais visto da década nos cinemas (Divulgação)
Ano notório pela regulamentação da cota de tela para a produção brasileira, com decreto assinado em 19 de junho, 2024 trouxe aos cinemas várias produções prestigiadas nos festivais nacionais e internacionais, como Motel Destino, de Karim Aïnouz; Cidade; Campo, de Juliana Rojas; O dia que te conheci, de André Novais Oliveira; O clube das mulheres de negócios, de Anna Muylaert, e ainda as produções pernambucanas que fizeram boa impressão no circuito de festival, como Seu Cavalcanti, de Leonardo Lacca; Tijolo por tijolo, de Victória Álvares e Quentin Delaroche; Lispectorante, de Renata Pinheiro; Serra das almas, de Lírio Ferreira; Salomé, de André Antônio, e Ainda não é amanhã, de Milena Times, além do drama Salamandra, de Alex Carvalho, rodado em Recife e Olinda.

O ANO DE CONTINUAÇÕES EM HOLLYWOOD

No cinema norte-americano, havia uma expectativa negativa na balança da indústria em relação a 2023 – e o que imperou comercialmente foram as continuações. Divertida mente 2 superou todas as projeções e se tornou a maior bilheteria do ano, com mais de 1,6 bilhão de dólares mundiais, com Deadpool & Wolverine logo atrás no ranking global, com cerca de 1,3 bilhão, tirando o MCU da baixa recente. E para além do filme da Pixar, as sequências das animações estabelecidas se provaram garantias para os estúdios, como Kung Fu Panda 4, Meu malvado favorito 4 e Moana 2.
 ('Divertida mente 2' teve a maior bilheteria de 2024 (Divulgação))
'Divertida mente 2' teve a maior bilheteria de 2024 (Divulgação)
Não passou despercebido, porém, o declínio das demais adaptações de HQ, com a má recepção de Madame Teia, Venom: A última rodada e Kraven, o caçador, da Sony/Marvel, e o fracasso histórico de Coringa: Delírio a dois, da Warner/DC. Nesse deserto criativo, o evento de destaque do ano foi o sucesso de Duna: Parte 2, que encerra a ambiciosa adaptação do primeiro livro da saga de ficção científica e pavimenta o caminho do terceiro capítulo. Apesar de também aclamado, Furiosa: Uma saga Mad Max gerou prejuízo nos cinemas. O lançamento simultâneo do épico Gladiador II e do musical Wicked foi tentativa (falha) de um novo “Barbenheimer”, grande evento cultural do ano passado, embora o segundo tenha se tornado fenômeno.
 (O divisivo 'Coringa: Delírio a dois' foi considerado um dos maiores fracassos do ano (Divulgação))
O divisivo 'Coringa: Delírio a dois' foi considerado um dos maiores fracassos do ano (Divulgação)
Algumas produções originais com grandes nomes se destacaram no mar de franquias, como é o caso do filme de tênis muito comentado nas redes sociais Rivais, de Luca Guadagnino (que ainda em 2024 lançou o romance surrealista Queer). Incisivo e contemporâneo, o thriller de ação Guerra civil, de Alex Garland e com Wagner Moura, provocou uma reação calorosa, sobretudo em ano eleitoral. Projeto passional de Francis Ford Coppola, Megalópolis, um dos mais caros filmes autofinanciados já feitos, finalmente ganhou a luz do dia e se transformou em um dos lançamentos mais polarizadores do ano. E o sempre divisivo M. Night Shyamalan lançou seu mais recente projeto, o suspense Armadilha, com sua filha em um dos papéis principais.
 ('A substância', retorno de Demi Moore, se tornou um dos maiores fenômenos do cinema de horror contemporâneo (Divulgação))
'A substância', retorno de Demi Moore, se tornou um dos maiores fenômenos do cinema de horror contemporâneo (Divulgação)
O terror dificilmente vive tempo ruim: com produções originais, como os hits Longlegs: Vínculo mortal e A substância, ou derivadas, como Um lugar silencioso: Dia um, Alien: Romulus e Sorria 2, o gênero teve um balanço excelente tanto na crítica quanto nas bilheterias. Exibidos nos principais festivais pelo Brasil e já celebrados na temporada de premiações, Anora, Emilia Pérez, O brutalista, Conclave, Babygirl e A semente do fruto sagrado estão entre as produções que prometem protagonizar a disputa pelas principais categorias no Oscar 2025, que divulga seus indicados apenas no dia 17 de janeiro.
 
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