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A semana cinematográfica do recifense começa de maneira especial agora que o Cinema São Luiz, símbolo da resistência do cinema de rua, já está definitivamente de volta. Terminado o 15º Janela Internacional de Cinema do Recife, festival que marcou a reabertura nos primeiros dias de novembro após mais de um ano em diversas reparações promovidas pelo Governo do Estado por meio da Secretaria da Cultura e da Fundarpe, o equipamento que desperta uma sensação de pertencimento tão poderosa entre o povo pernambucano está dando continuidade, a partir deste fim de semana, à sua programação e também aos anúncios de novas ações em seu espaço e estrutura.
O destaque desta nova fase do São Luiz é, sem dúvida, a produção brasileira - de modo ainda mais evidente do que sempre foi. Ao longo desse processo de requalificação e de obras de acessibilidade que ainda estão ocorrendo, o cinema vai trazer sessões nos sábados e domingos, começando neste dia 16, o programa 'Cinema Brasileiro de Todos os Tempos', e os dois ícones da filmografia nacional de diferentes épocas e regiões que vão abrir esse momento são o clássico contemporâneo pernambucano Tatuagem, de 2013, dirigido por Hilton Lacerda, e a versão restaurada do gaúcho Um é pouco, dois é bom, de 1970, dirigido por Odilon Lopez.
Os outros dois programas que compõem a volta do São Luiz incluem o 'Cinema para a Criança' e 'Cinema São Luiz Apresenta: Pré-Estreia'. O primeiro é uma iniciativa central na intenção formativa do equipamento para o público infantil, a construção de uma identificação com uma sala lustrosa para ver e viver filmes e, ainda, uma maneira de os pais e avós passarem sua memória adiante levando os pequenos. Já o segundo busca retomar o destaque que o local sempre teve para apresentar lançamentos aguardados, brasileiros e estrangeiros, estabelecendo um diálogo com as distribuidoras do país e fomentando uma plateia ainda maior na cidade.
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O curador, pesquisador e produtor Luís Fernando Moura, que está à frente da coordenação da programação, destacou que o trabalho nesse novo momento é de continuidade e também do início de um novo ciclo. “O equipamento vai seguir desdobrando a sua vocação para dialogar com os mercados de cinema, com as instituições culturais do Brasil e com a rede diversa, de produtores aos distribuidores. O potencial do São Luiz abrange o desenvolvimento humano, do repertório, das instituições, do patrimônio, da política e da economia”, afirmou o programador em anúncio à imprensa. “Este é um espaço de convergência de diferentes cadeias da cultura. Estamos em um lugar e momento de muitas transformações dos mercados de cinema, muitos cineclubes se formando e novas movimentações nas redes sociais, então queremos que o São Luiz seja um ambiente para abrigar e unir essas cadeias para que vivamos essas experiências juntos”, completou.
“O retorno do público ao Cinema São Luiz traz de volta memórias e experiências colecionadas nesse belo equipamento cultural durante mais de sete décadas. Frequentar sua sala de exibição é sempre uma experiência mágica, diante dos ricos detalhes do forro em gesso policromado, dos vitrais da artista Aurora de Lima, além das poltronas e cortinas vermelhas, que se abrem para anunciar aos espectadores que o filme vai começar”, ressaltou também a presidente da Fundarpe, Renata Borba.
“Entregar o cinema com uma programação sólida é reforçar Pernambuco enquanto um dos principais polos audiovisuais do Brasil e do mundo. Abrimos as portas para o público, mas também abrimos as portas para toda uma cadeia produtiva que tem o Cinema São Luiz como referência para a exibição, de alcance local, nacional e global, com equipamentos de ponta”, completou a secretária de Cultura, Cacau de Paula.